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26 de setembro de 2021

Pela primeira vez, PSOL pode não lançar candidatura presidencial

O deputado Glauber Braga ainda acredita no lançamento
da candidatura própria (Foto: Reprodução/Twitter)

O 7° Congresso Nacional do PSOL, que reúne virtualmente mais de 400 delegados e delegadas, aprovou ontem (25/09) a sua resolução sobre a conjuntura política brasileira e aponta prioridade máxima à luta pelo impeachment imediato de Jair Bolsonaro e à “construção da unidade entre os setores populares para assegurar a derrota da extrema-direita”.

A posição aprovada por maioria dos delegados, praticamente inviabiliza o lançamento de candidatura própria, porém, não é definitiva, o tema voltará ao debate na Conferência Eleitoral do partido, a ser realizada no 1º semestre de 2022. A discussão também deve tratar da política de alianças, da distribuição do fundo partidário e da regulamentação de candidaturas coletivas.

“Não estamos entre aqueles que aceitam esperar as eleições de 2022 para livrar o Brasil de Bolsonaro. Por isso, devemos manter uma dinâmica de mobilização nas ruas e resistências que não deixe Bolsonaro chegar politicamente vivo nas eleições”, diz a resolução aprovada pela maioria dos delegados.

A busca pela unidade na luta pela derrubada de Bolsonaro também será prioritária para o PSOL. “A luta pela unidade tem também um componente estratégico, pois sem a unidade não é possível derrubar o governo”, constatam também os delegados e delegadas do PSOL.

A campanha Fora Bolsonaro e a Frente Povo Sem Medo, portanto, são os espaços prioritários de articulação e mobilização para a militância do PSOL, que construirá mobilizações de rua com qualquer setor que aceite ir às ruas com o objetivo de derrubar o governo Bolsonaro.

“É preciso estarmos abertos a estabelecer unidade de ação e uma ampliação da luta pelo impeachment com todos os setores que estejam em contradição com o governo Bolsonaro. Estamos a favor de articular atos mesmo com setores sociais e políticos oriundos da direita, mas que estejam a favor do impeachment e de ir às ruas para conseguir este objetivo”, diz trecho da resolução.

O PSOL também define como prioritária a construção de um novo projeto programático para uma verdadeira reconstrução do Brasil ao lado dos movimentos sociais. O partido definiu que vai “contribuir com a construção de espaços em conjunto com movimentos sociais (como fizemos em relação à plataforma Vamos em 2017/2018)”.

“Nos propomos a buscar uma construção ainda mais ampliada nos movimentos e territórios diante dos desafios que a crise no país exige”, continua.

Na discussão deste projeto programático amplo de transformação, o PSOL defende a superação de projetos puramente desenvolvimentistas. “Não buscamos um mero ‘retorno ao passado’. Reivindicamos um projeto que pense a reconstrução do país sob bases antineoliberais e em sintonia com os desafios que pedem uma superação dos modelos predatórios, mesmo os desenvolvimentistas”, alerta o partido.

O PSOL propõe que este programa tenha como pontos de partida a revogação de medidas e contrarreformas pós-golpe de 2016.

“Portanto, que implique numa mudança do modelo econômico, na retomada dos direitos trabalhistas e previdenciários, na proteção das empresas públicas e do funcionalismo, na ampliação de investimentos nas áreas sociais, na retomada das políticas de proteção ambiental, no fim do desmatamento, na demarcação das terras indígenas”, aponta.

O apoio à “unidade das esquerdas” em 2022, sem candidatura do PSOL à Presidência, é defendido pelo próprio presidente da sigla, Juliano Medeiros, mas o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que já manifestou intenção em se lançar como candidato a presidente pelo partido.

Ao portal Carta Capital Glauber Braga destacou que a decisão anunciada não impede a construção de uma candidatura própria, e que ainda há possibilidade de que a legenda decida por disputar a eleição presidencial a depender da formação de maioria na conferência do ano que vem.

o parlamentar frisou que a votação foi apertada: 56% votaram por não apresentar pré-candidatura agora, enquanto outros 44% queriam o oposto. O deputado declarou que deve seguir em “maratona” por uma candidatura própria, porque desconfia do compromisso de outros nomes progressistas com pautas como a derrubada do teto de gastos, da reforma trabalhista e de outras políticas econômicas adotadas desde o golpe de 2016.

“A ausência de uma candidatura com radicalidade política não ajuda a derrotar Bolsonaro, pelo contrário. A presença do PSOL no cenário eleitoral ajuda a enfrentar o bolsonarismo com mais força. “Nossa candidatura realiza um tensionamento sobre as outras pré-candidaturas em temas que são fundamentais para a população brasileira”, disse Glauber Braga.


Clique aqui e leia a resolução do Congresso do PSOL na íntegra.

 


 

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