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14 de setembro de 2021

Ministro da Saúde culpa estados por falta de vacinas para segunda dose

Segundo ministro Queiroga, não há falta de imunizantes e que a expectativa da população é resultado de "publicidade" dos governadores (Foto: Walterson Rosa)

A segunda aplicação da vacina de Oxford/AstraZeneca contra o coronavírus foi suspensa em diversas cidades no Brasil em razão da falta do imunizante na semana passada. São Paulo, Rio Grande do Norte, Tocantins, Rondônia e Mato Grosso do Sul tiveram que suspender a vacinação da segunda dose em alguns postos. A ausência de doses prejudica a progressão da campanha vacinal e atrasa a imunização da população. 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a culpa não é da pasta ou da gestão federal. Sem citar nomes Queiroga falou que a expectativa da população é resultado de "publicidade".

"Vocês podem ver, quem reclama? Quem são os reclamadores crônicos? E aí você verifica as publicidades que fizeram. Não foi o Ministério da Saúde que fez a publicidade nesse sentido", disse.

"Ontem estive em Manaus para habilitar uma UBS fluvial. Lá tinha um posto de vacinação com CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer. Por que em uma unidade ribeirinha tem vacina e no principal estado do Brasil não tem? Porque lá no estado do Amazonas está se seguindo as orientações do PNI (Programa Nacional de Imunização)", reforçou o ministro, citando o estado de São Paulo.

O governador de São Paulo tem atribuído a culpa do baixo estoque de AstraZeneca ao Ministério da Saúde. Além disso, Doria ameaçou ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) se não receber até amanhã 1 milhão de doses do imunizante em falta. Ele afirmou ter direito a essa remessa pelo previsto no PNI.

O Brasil registrou 215 óbitos causados pela covid-19, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgados ontem. Com os registros, o país acumula 587.066 vidas perdidas para a doença. O levantamento do Conass, que compila dados de secretarias de Saúde dos 26 estados e do Distrito Federal, apontou, ainda 6.645 novos casos em 24 horas. Com isso, o Brasil superou 21 milhões de pessoas infectadas, com um total de 21.006.424 de registros desde o início da pandemia. Os dados do Ceará e do Rio de Janeiro não foram computados por problemas técnicos.

A média móvel de casos no Brasil voltou a cair, chegando a 15.571 nos últimos sete dias. Esse é o menor patamar desde o mês de maio de 2020, segundo levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgado no domingo. A regressão na quantidade de casos é consequência, em grande parte, do bom ritmo de vacinação que parte das unidades da Federação alcançou nos últimos meses.

Para o infectologista José David Urbaez, do Exame Imagem e Laboratório, porém, o número não representa segurança e não deve ser comemorado. “De forma alguma nós podemos falar de pandemia sob controle”. Ele comenta que, infelizmente, o país acostumou-se com números elevados de transmissões e mortes. 

“Como no primeiro semestre de 2021, nós chegamos a picos enormes, de cem mil casos por dia e quase quatro mil mortos, quando enxergamos uma situação de 500 ou 600 óbitos por dia, temos uma falsa sensação de um problema que está totalmente controlado”, pontua. 

E continua: “Problema controlado não é isso, o problema só será controlado quando tivermos dias sem aparecimento de óbitos, para que assim tenhamos uma queda significativa de casos — muito abaixo disso que nós estamos vendo atualmente”.

Com informações portal Correio Braziliense

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Um comentário:

  1. Nenhuma razão assiste ao sr ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que ao invés de sair por aí culpando governadores pela falta de vacinas para segunda dose, deveria mesmo é agradecer aos estados da Federação pelos 64,99% da população brasileira já vacinados com a primeira dose e 34,83% com a segunda dose.

    Resultado esse fruto do esforço e laboriosa luta de governadores contra o negacionismo do senhor presidente da República e seus ”ministros da saúde”.

    Em um país sério, com um presidente comprometido com a qualidade de vida, o bem-estar e a saúde da população, em momentos de calamidade pública, é o governo federal que socorre as unidades federativas.

    Mas no Brasil, como se pôde ver, desde o início da pandemia de COVID-19, foram as unidades federativas que lutaram pela aquisição de vacinas e buscaram proteger o povo.

    Não fosse o empenho de alguns governadores e prefeitos, hoje não teríamos vacina alguma no país.

    No início da pandemia no Brasil, governadores pediram reiteradas vezes ao presidente da República providências principalmente em relação a vacinas, insumos, respiradores, hospitais de campanha e edição de medidas restritivas e preventivas para todo o país.

    Diante da omissão e descaso do governo federal com a pandemia (Bolsonaro debochava da Covid-19 dizendo se tratar de uma “gripezinha”), governadores e prefeitos tomaram as rédeas da situação e passaram eles próprios a batalhar por vacinas e a estabelecer medidas restritivas e protetivas para conter o avanço do coronavírus nos estados e proteger a população.

    Agora, não bastasse as todas as dificuldades enfrentadas pelos estados no combate à pandemia da Covid-19, o sr ministro da Saúde, ao invés de se empenhar e trabalhar com seriedade para que não faltem vacinas para segunda dose, prefere perder seu precioso tempo com discussões banais e politicagem alegando que a culpa pelo baixo estoque de vacinas é da publicidade feita pelos “reclamadores crônicos”.

    Ao invés de atacar governadores, Bolsonaro e seu ilustre ministro da saúde deveriam agradecer a eles, pois se não fosse o empenho de alguns governadores e prefeitos – repita-se, hoje não teríamos nenhuma vacina no país.

    Portanto, não se acomode sr. ministro da Saúde. Trabalhe. O senhor é um profissional talentoso e bem sucedido na área da Saúde, reconhecidamente um excelente cardiologista. Tem um ótimo currículo. Evite politicagem, expediente próprio de políticos. Priorize a ciência.

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