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23 de setembro de 2021

Ministério da Saúde recua e orienta retomada da vacinação de adolescentes

 

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, foi o
responsável por anunciar o recuo (Foto: Divulgação/MS)

Uma semana após ter recomendado a suspensão da vacinação de adolescentes contra a Covid-19, o Ministério da Saúde voltou atrás e decidiu, na noite desta quarta-feira, 22, indicar o retorno da vacinação deste grupo. A medida ocorre poucas horas após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter concluído que o óbito de uma jovem de 16 anos, em São Paulo, não teve qualquer relação com a vacina da Pfizer que ela havia recebido poucos dias antes de morrer. De acordo com a agência, a garota sofria de Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT), doença autoimune que bloqueia o fluxo de sangue para órgão vitais do corpo humano, como o cérebro, rins e o coração.

Amparado na avaliação da Anvisa, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou, durante coletiva de imprensa, em que anunciou a volta da vacinação no público adolescente, que “os benefícios da vacina para este grupo são maiores do que os efeitos adversos”.

O auxiliar de Marcelo Queiroga, titular da pasta que cumpre quarentena em Nova York após testar positivo para a Covid-19, disse também que os adolescentes continuarão a ser imunizados exclusivamente com a Pfizer, único imunizante autorizado pela Anvisa para aplicação nesta faixa etária. A pasta também recomendou que os Estados sigam acompanhando casos de adolescentes vacinados para a monitoração de efeitos adversos.

A decisão de suspender a vacinação do grupo de 12 a 17 anos foi criticada por governadores, especialistas e entidades ligadas à Saúde, como os conselhos de secretários de saúde dos Estados (Conass) e Municípios (Conasems), que cobraram resposta imediata da Anvisa. 

Estados e municípios continuaram imunizando adolescentes e ignorando a decisão da pasta. Governos estaduais tinham conseguido no Superior Tribunal Federal (STF) decisão que autorizava a continuidade da vacinação.

Ao anunciar a retirada dos adolescentes do Plano Nacional de Imunização (PNI), em coletiva no último dia 16, Queiroga havia justificado a medida com base na necessidade de investigar possível relação causal entre a vacina e o óbito da jovem registrado em São Paulo.

No mesmo dia, no entanto, o ministro admitiu, durante a tradicional live das quintas-feiras realizadas pelo presidente, Jair Bolsonaro, que a decisão havia sido tomada a partir de orientação do chefe do Executivo. Posteriormente, em conversa com a imprensa, o chefe da pasta negou que tenha agido sob pressão.  

Com informações portal O Povo Online

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