7 de setembro de 2021

Líderes mundiais demonstram preocupação com a "ameaça iminente" às instituições democráticas do Brasil

Entre os signatários estão nomes como Ernesto Samper (ex-presidente da Colômbia), Fernando Lugo (ex-presidente do Paraguai) e ex-primeiro ministro da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero (Fotos: Reprodução/Getty images)

Na véspera das manifestações de 7 de Setembro, convocadas por Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores, ex-presidentes, intelectuais, parlamentares e ministros de 26 países alertam para o risco de os atos criarem "uma possível insurreição" que "colocará em perigo a democracia no Brasil". A preocupação com "um golpe de Estado" está formalizada em uma carta divulgada ontem (06/07).

"Neste momento, o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados - incluindo grupos supremacistas brancos, a polícia militar e funcionários públicos em todos os níveis de governo - estão preparando uma marcha nacional contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso em 7 de setembro, aumentando os temores de um golpe de Estado na terceira maior democracia do mundo", diz o documento.

O texto ressalta que autoridades internacionais estão atentas para os acontecimentos no Brasil e não serão tolerantes com qualquer ruptura democrática.

"Estamos profundamente preocupados com a ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil - e estaremos vigilantes em defendê-las antes e depois de 7 de Setembro. O povo brasileiro tem lutado durante décadas para garantir a democracia contra o domínio militar. Não devemos permitir que Bolsonaro os tire agora."

O documento cita as ameaças de Bolsonaro, nas últimas semanas, que moldaram a escalada dos ataques de contra instituições democráticas. "Em 10 de agosto, ele organizou um desfile militar sem precedentes pela capital, Brasília, e seus aliados no Congresso impulsionaram reformas radicais no sistema eleitoral do país, amplamente considerado um dos mais confiáveis do mundo. Bolsonaro e seu governo têm - repetidamente - ameaçado cancelar as eleições presidenciais de 2022 se o Congresso não aprovar essas reformas."

O documento foi divulgado na manhã desta segunda pela Progressive International, uma rede global progressista que monitora o avanço da direita no mundo.

Entre os signatários estão nomes como o ex-primeiro ministro da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero; o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo; o argentino e prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel; o linguista e filósofo americano Noam Chomsky; e Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia.

Com informações portal O Povo Online

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