A imensidão do Castanhão e a pequena Jaguraribara em imagem de Satélite do aplicativo Google Eart |
A construção de uma nova cidade de Jaguaribara foi um marco muito além do pequeno município antes cortado pelo Jaguaribe. Tratou-se de uma das empreitadas mais ousadas do ciclo do PSDB no Ceará. Resultado da aliança entre Tasso Jereissati e Fernando Henrique Cardoso. Construir uma nova cidade, transferir toda a população de lugar, para dar lugar ao maior açude do Brasil.
O povo de Jaguaribara pagou o preço mais alto. Foi construída para recebê-los a primeira cidade planejada do Ceará. Bem maior, mais bem equipada. Gente que não sonhava em ter casa ganhou morada própria. Não são ganhos desprezíveis. São concretos. Intangível é o peso emocional. É um traço cultural do cearense a migração. Muitos de nós deixamos o lugar onde nascemos por razões diversas. Mas, é diferente não poder voltar, saber que o lugar deixou de existir.
A importância do Castanhão, na forma como os recursos hídricos do Ceará hoje se organizam, é inegável. Na última década, o Estado atravessou a mais longa estiagem já registrada. Se a Capital não padeceu sem água, não enfrentou racionamento, é porque o Castanhão existe. Porque, há 20 anos, um povo perdeu sua cidade, deixou a casa onde nasceu, o lugar onde os descendentes foram sepultados, para construírem uma nova cidade. O cearense precisa agradecer ao povo de Jaguaribara.
A
política no tempo em que Jaguaribara se mudou
Jaguraribara a primeira cidade planejada do Ceará (Foto: Google Eart)
Quando Jaguaribara mudou de lugar, o Ceará atravessava uma crise política. Tasso era governador e estava rompido com dois ex-aliados de peso: o então senador Sergio Machado e o à época presidente da Assembleia, Welington Landim. Os dois deixaram o PSDB para concorrer a governadores.
Na inauguração da cidade nova, Tasso admitiu o medo de não fazer o sucessor. “Temos muito receio de que as coisas voltem ao passado, que por algum acidente de percurso tudo que fizemos venha a ser destruído pelos que sentem saudade do passado.”
Sergio e Welington eram ameaças reais à continuidade do chamado projeto mudancista. A eleição de 2002 foi, no segundo turno, a mais acirrada da história do Ceará. Mas, quem ameaçou o candidato de Tasso não foi nenhum dos dois, mas o PT, com José Airton Cirilo.
Tasso fez como sucessor Lúcio Alcântara. Quatro anos depois, rompeu duramente com ele, fazendo acusações duras. Talvez depois tenha achado que o melhor era o resultado ter sido outro. Ou não, já que mais tarde Lúcio retornou ao PSDB.
Com
informações portal O Povo Online
Clique aqui e leia reportagem especial do portal O Povo sobre os 20 anos da Nova Jaguaribara
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