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4 de setembro de 2021

Governador do Ceará reforça pedido para que as pessoas se vacinem

Camilo Santana fez o apelo ao anunciar novo decreto ao lado do secretário da Saúde, (Marcos Gadelha Foto: Divulgação/Governo do Estado)

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 560 mil pessoas não compareceram para aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 no Ceará. Os dados, repassados pelos municípios e estados atualizados a cada semana, não especificam, entretanto, quantas D2 estão de fato atrasadas. A Sesa afirmou que as informações sobre doses atrasadas são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde por meio do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SNIPI).

"Os municípios buscam os faltosos da segunda dose de acordo com suas estratégias, como a busca ativa", diz a pasta em nota. Essa também é a indicação do Governo Federal para que os municípios busquem atingir a imunização de um maior número de pessoas.

Através de nota, o Ministério divulgou que 9,3 milhões de pessoas ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra Covid-19 em todo o Brasil. A pasta reforçou também a importância da segunda dose "para garantir a máxima proteção dos brasileiros, principalmente, contra as novas variantes".

Ainda por meio da assessoria, o MS afirmou que o número abrange pessoas que faltaram ao agendamento da segunda dose, pessoas impossibilitadas de tomar por ter sido infectadas pelo coronavírus entre uma dose e outra, pessoas que tomaram outra vacina e não puderam concluir ainda o esquema de imunização, entre outros fatores.

Em live para anúncio do novo decreto estadual, o governador Camilo Santana (PT) fez novamente um apelo aos que ainda não se vacinaram, lembrando o caso da primeira vítima da variante Delta no Estado. Um homem de 45 anos que tinha obesidade e não havia sido vacinado contra o vírus.

"Você que ainda não se vacinou, procure se vacinar. Lembre-se do exemplo dessa semana de uma pessoa que morreu no Ceará, o primeiro caso pela variante Delta, e que poderia ter sobrevivido se tivesse se vacinado. Morreu porque não tinha tomado a vacina. A vacina não evita de ter a Covid-19, mas diminui muito a gravidade", alertou.

Atualmente, 27,54% da população cearense está com esquema vacinal completo, considerando a estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os dados do Vacinômetro, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

No que diz respeito apenas a população acima de 18 anos, 79,4% receberam pelo menos uma dose. Previsão da pasta era vacinar 100% dos adultos até o final de agosto. Sobre essa questão, a Sesa não respondeu à demanda enviada.

A equipe do jornal O POVO questionou se essa taxa se deve ao não comparecimento do público-alvo à vacinação ou à falta de doses. Assessoria da pasta informou que deve disponibilizar representante para esclarecer as dúvidas na próxima semana.

Camilo informou que o Estado está definindo calendário para aplicação da terceira dose em idosos. "Estamos trabalhando agora o prazo em que nós vamos iniciar uma terceira dose, de reforço, na população mais idosa no Estado do Ceará". Segundo ele, a demanda assistencial, o número de casos e a transmissão seguem em baixa. O secretário da Saúde Marcos Gadelha disse que o conjunto de dados dá otimismo grande no combate à pandemia, apesar da preocupação em função da variante Delta.

Segundo o vice-presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems), Rilson Sousa de Andrade, o tempo que o cadastro das pessoas recém-imunizadas com segunda dose (D2) leva para chegar ao sistema do Ministério da Saúde é longo. Por isso, ele acredita que o número possa estar defasado.

De acordo com Ministério da Saúde, mais de 560 mil pessoas não compareceram para aplicação da segunda dose no Ceará. Mas não há especificação sobre quantas estão atrasadas.

"A gente tem conhecimento que há um quantitativo de pessoas que realmente não retornam para tomar a D2, por motivos diversos. Muitos continuam tendo dificuldade de acesso, inclusive de internet. Alguns municípios divulgam com carro de som, mas a grande maioria faz divulgação pelas redes sociais mesmo, que é a forma que mais abrange pessoas no geral. Há pessoas que esquecem, que adoecem. Mas a gente sabe que esse número alto [de 560 mil] não existe aqui no Ceará", diz.

Ele explica que o Cosems não consegue precisar qual seria o número real de pessoas que faltaram a segunda dose no Ceará devido ao dinamismo do dado. "Supondo que 10% do público que você espera para aquele dia falte. Mas quando é dois, três dias depois, você consegue fazer a repescagem daquelas pessoas. Não é como a D1. A D2 você pode estar vacinando todos os dias", diz.

A dificuldade dos municípios, para ele, tem sido fazer com que a população entenda a necessidade de respeitar o agendamento da segunda dose. "Parece que as pessoas têm uma preocupação muito grande com a primeira dose, que não é igual com a segunda dose. Então por qualquer motivo elas faltam. Talvez porque elas saibam também saiba que a segunda dose podem tomar qualquer dia".

Edson Teixeira, imunologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que a eficácia das vacinas utilizadas só é comprovada com a D2 e tomando apenas uma, a proteção não é completa.

"Pode até ocorrer alguma proteção mas vai ser muito mais baixa do que uma proteção com o esquema completo", explica. Apenas após 14 dias da segunda dose é que o indivíduo é considerado imunizado, conforme Edson. "Obviamente isso reduz muito a chance de hospitalização, mas ainda assim tem que se tomar cuidado enquanto a circulação viral continuar alta como está no Brasil".

Com informações portal O Povo Online

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