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13 de setembro de 2021

A terceira via nas ruas contra Bolsonaro

O governador João Dória, o ex-governador Ciro Gomes, a senadora Simone Tebet e o
ex-ministro Mandetta discursaram no ato da Paulista (Fotos: Reprodução/Facebook)

Convocados por grupos de centro-direita e direita como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua, manifestantes ocuparam ontem (12/09) ruas de 15 capitais em protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Com pauta de impeachment do presidente, os atos ficaram marcados por forte tom "nem Lula, nem Bolsonaro", com presença de diversos candidatos da chamada "terceira via", que tentam se viabilizar fora da polarização entre petistas e bolsonaristas.

Com a oposição dividida, os protestos tiveram adesão menor que a registrada em atos pró-governo de 7 de setembro. As manifestações tiveram concentração principalmente em São Paulo, onde houve a participação de diversos pré-candidatos de oposição a Bolsonaro, incluindo nomes de diferentes colorações ideológicas como Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM).

"Para fazer o impeachment e proteger a democracia brasileira temos que juntar todo mundo. Ainda há tempo para o PT amadurecer. Quem for democrata tem que entender que o impeachment é a única saída. Precisamos fazer um acordo com a direita e um centro democrático", afirmou o pedetista. As declarações são um movimento contrário às recentes falas de Ciro sobre o PT e Lula, a maior liderança do partido, a quem já chamou de "maior corruptor da história brasileira".

"Nós somos diferentes, nós temos histórias diferentes, temos caminhadas diferentes, temos olhar sobre o futuro do Brasil provavelmente muito diferentes. Mas o que nos reúne é o que deve reunir toda a nação civicamente sadia, a ameaça da morte da democracia e do poder da nação brasileira conquistado com duro sacrifício", complementou Ciro, que já chegou a ter diversos embates com o MBL, um dos organizadores do evento, no passado.

"Se Bolsonaro não receber o impeachment, receberá impedimento pelo voto. Em outubro de 2022, será derrotado", corroborou Doria, que discursou no evento segurando uma bandeira do Brasil e defendeu o impeachment como "única via" para o país. "Democracia. Essa é a defesa. E a defesa também da vacina", disse o governador.

Em todo o País, os eventos contaram com a adesão não só de movimentos de centro-direita e direita, mas também de partidos de esquerda como o PDT e o PCdoB. Na Avenida Paulista, um balão "pixuleco" inflado pelo Vem Pra Rua, com imagens de Bolsonaro e Lula vestidos como presidiários, gerou polêmica e divisão entre manifestantes. Para petistas, ações como essa inviabilizaram a adesão do partido aos protestos.

De acordo com estimativa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, cerca de 6 mil pessoas compareceram à manifestação de ontem na Paulista, ante 125 mil estimadas pela Polícia Militar no mesmo local no dia 7. Foi o primeiro protesto pelo impeachment de Bolsonaro encabeçado por esses movimentos, que ganharam projeção durante a campanha pelo impedimento de Dilma Rousseff (PT) em 2016.

"Todo começo tem dificuldades. Isto aqui é um começo", destacou Doria. Questionado se subiria no mesmo palanque que os petistas, o governador respondeu: "Não tenho dúvida disso. É uma evolução. Não é algo feito com ansiedade".

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), apontada como presidenciável, afirmou que esquerda e direita "estarão no mesmo palanque": "Temos aqui o centro e a direita se fazendo presentes em praça pública. Teremos a manifestação da esquerda no próximo mês. Não tenho dúvida que, em novembro, estaremos todos no mesmo palanque, sem nomes e sem extremismos".

Em São Paulo, também participaram dos atos outros pré-candidatos para 2022 como João Amoêdo (Novo) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Em Porto Alegre, as manifestações tiveram a presença do governador Eduardo Leite (PSDB), que disputa com Doria a indicação do partido à corrida presidencial.

Em Brasília, o protesto ocorreu na Esplanada dos Ministérios. O ato não teve um grande número de participantes, mas conseguiu reunir algumas centenas de pessoas próximo ao Congresso Nacional. Nas redes sociais, parlamentares governistas e ministros ironizaram o baixo número de manifestantes que foram às ruas no primeiro ato em resposta aos eventos de 7 Setembro.

Com informações portal O Povo Online

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