Ciro disse que vai se surpreender com as alianças que o PDT está articulando nos Estados (Foto: Reprodução/Facebook) |
O ex-governador do Ceará e pré-candidato do PDT à Presidência da República Ciro Gomes disse ontem (31/07) ao Estadão/Broadcast, que se considera o nome mais viável fora da polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2022. Segundo ele, Lula representa o "passado, fragmentado e não racional", enquanto Bolsonaro pode nem participar da disputa eleitoral. "Não tem nem partido político".
Ciro disse que a população brasileira vai se "surpreender" com as alianças que o PDT está articulando nos Estados com foco nas eleições do ano que vem. Para ele, o PT peca justamente na articulação política.
Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem programação agendada para Fortaleza
em agosto e visa costurar um arranjo regional que lhe permita ter um palanque
forte no Estado dominado politicamente pelo grupo político do ex-ministro Ciro
Gomes, que deve concorrer pelo PDT.
O Ceará é uma das paradas da primeira viagem do petista, que lidera as pesquisas de intenção de votos, à região Nordeste desde que recuperou seus direitos políticos - ele também vai à Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Maranhão.
Terceiro maior colégio eleitoral do Nordeste, com 6,5 milhões de eleitores, o Ceará é governado por Camilo Santana, que é do PT, mas mantém laços estreitos com a família Ferreira Gomes, dos irmãos Ciro e Cid. Nas eleições de 2018 essa relação causou uma crise interna no PT. Santana recebeu o candidato do PT, Fernando Haddad, mas também apoiou Ciro de forma velada.
Para pressionar Camilo a "fechar" com Lula em 2022, o PT quer que o governador dispute uma vaga do Senado. "A vida vai se encarregar de resolver isso. Ele (Camilo) tem uma relação de gratidão com os Ferreira Gomes e é do PT. Não vamos antecipar crises", disse ao Estadão o deputado federal José Guimarães (PT-CE), que é o principal interlocutor entre o governador cearense e o partido.
Em 2018, Camilo se disse vítima de "preconceito" da cúpula do partido na distribuição das verbas do fundo eleitoral por causa de sua aliança com o adversário do petista Fernando Haddad na disputa presidencial. Nos materiais de campanha, bandeiras, adesivos e nos comerciais da TV quem apareceu ao lado do governador petista foi Cid Gomes, irmão de Ciro, que disputou o Senado.
Se Camilo disputar o Senado, ele terá que se descompatibilizar do cargo e quem assume o governo é sua vice, Izolda Cela, do PDT. "Camilo fez a outra campanha com essa dificuldade. O Haddad era o candidato do PT e o Ciro o nosso. O governador tem uma relação boa com todos nós. Ele vai ter que administrar essa relação. Não é simples, mas ele sabe fazer", afirmou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Além de ser ligado ao governador petista, Ciro também se reaproximou do senador cearense Tasso Jereissati, que é pré-candidato presidencial nas prévias do PSDB. "Ciro andou um período mais distante do Tasso, mas de um ano para cá estão falando rotineiramente", disse Lupi. O governador do Ceará foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa, mas não respondeu a reportagem até a conclusão desta edição.
Ex-aliado do PT, Ciro tem publicado vídeos com críticas a Lula, e colocando-se como alternativa ao petista, uma estratégia acertada com o publicitário João Santana para tentar atrair forças políticas do centro.
Com informações portal O Povo Online
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