A terceira visita de Bolsonaro ao Ceará foi a mais esvaziada em termos de aliados políticos, poucos políticos ladearam o presidente (Foto: Aurelio Alves) |
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou o Ceará três vezes depois que foi empossado no comando da Nação. Em nenhuma dessas ocasiões teve um embate tão direto com o governador Camilo Santana (PT) como a da passagem por Juazeiro do Norte na última sexta-feira (13/08) para entrega de unidades habitacionais.
Na primeira vez que esteve no Estado como presidente, em junho do ano passado, Bolsonaro participou de entrega de trecho da Transposição do Rio São Francisco. Ausente no evento, Camilo disse, à época, que só sentiria à vontade de visitar o local quando o "grave momento de pandemia" fosse superado. O governador fez questão ainda de destacar o papel dos governos Lula e Dilma e o apoio do ex-ministro Ciro Gomes para realização do empreendimento hídrico.
Na segunda, em fevereiro de 2021, Bolsonaro esteve no Ceará com a certeza de que promover aglomerações em Tianguá e Caucaia para inaugurar obras viárias no início da segunda onda da Covid-19 seria uma ideia inteligente. A resposta de Camilo foi ao mesmo tempo dura e sutil. No mesmo dia, o governador criticou nas redes sociais "aqueles que debocham da ciência" e inaugurou leitos de UTI do Hospital Leonardo da Vinci.
Já na última semana, ambos foram para o ataque. Após Bolsonaro chamar as restrições adotadas pelo Governo para quem chega ao Estado de "ato criminoso", Camilo deixou de lado subterfúgios retóricos e disse que criminoso era "ignorar a perda de mais de meio milhão de vidas".
A escalada de tensões entre os dois opositores coincide também com outra tendência observada nas três passagens de Bolsonaro pelo Ceará. Sofrendo com queda na popularidade, desgaste com CPI e derrota na Câmara do desvario chamado voto impresso, o presidente fez na última semana a visita mais minguada de apoiadores entre as três vezes que esteve no Estado.
Foi também a mais esvaziada em termos de aliados políticos presentes. Ladearam o presidente apenas os mais fieis, que prometem segui-lo incondicionalmente até o fim.
Entre os que estavam lá, Capitão Wagner (Pros), principal nome de oposição a Camilo que voltou a receber afagos de Bolsonaro de olho em 2022 e está cada vez mais unha e carne com o bolsonarismo.
Com
informações portal O Povo Online
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