A entidade lembra que uma piada pode promover mais mortes e a atitude do humorista pode ser interpretada como discurso de ódio, travestidos de “humor” (Foto: Reprodução/Whatsapp) |
A direção da entidade lembra que os últimos 10 anos, quase 14 mil ciclistas tiveram suas vidas ceifadas por motoristas de ônibus, automóveis e caminhões nas estradas, ruas e avenidas de todo o Brasil. “É uma tragédia humanitária” diz a nota.
“As falas do humorista atravessam como um afiado punhal os corações de milhares de famílias em luto e em busca de justiça por crimes de trânsito que ainda são negligenciados no país”, complementa.
A nota esclarece ainda que que não cabe a entidade dizer quais são os limites do humor, mas sim alertar que, quando se trata da vida e da sobrevivência de pessoas, aponta que o efeito imediato das falas do Sr. Murilo Couto é a banalização das mortes.
Lembra ainda que uma piada pode promover mais mortes e a atitude do humorista pode ser interpretada como incitação ao crime (art. 286 do Código Penal) e discurso de ódio, travestidos de “humor”.
A nota transcreve trecho de um discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmando que “enfrentar o discurso de ódio não significa limitar ou proibir a liberdade de expressão”. Significa evitar que este discurso se transforme em algo mais perigoso, particularmente que incite discriminação, hostilidade e violência, o que é proibido pela legislação internacional.
“Portanto, repudiamos com veemência as falas do Sr. Murilo Couto. As risadas de uma plateia em uma sala de teatro não podem justificar a morte de milhares de ciclistas e o luto de seus”, encerra.
Vários grupos de ciclistas também repudiaram a atitude do humorista, inclusive alguns que se diziam fãs do artista. Confira imagem compartilhada pelos ciclistas:
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