Pela terceira vez consecutiva, em dois meses, manifestantes protestaram em todas as capitais do país contra o presidente Bolsonaro (Foto: Evaristo Sá) |
"Nenhum
genocídio será apontado. Nenhuma escalada autoritária ou ‘ato antidemocrático’
será citado. Nenhuma ameaça à democracia será alertada. Nenhuma busca e
apreensão será feita. Nenhum sigilo será quebrado. Lembrem-se: nunca foi por
saúde ou democracia, sempre foi pelo poder!”, escreveu.
Mais tarde, o chefe do Executivo fez nova postagem, comparando o PT ao vandalismo. Em referência ao projeto do voto impresso que deseja aprovar, ele destacou ainda que a esquerda quer voltar ao Poder na "fraude". A mensagem acompanha um vídeo onde um grupo de vândalos ataca policiais em meio à manifestação.
"Aos 36 segundos um policial militar é atingido quase mortalmente por uma pedra. Esse tipo de gente quer voltar ao Poder por um sistema eleitoral não auditável, ou seja, na fraude. Para a grande mídia, tudo normal", postou.
O filho "01" do mandatário, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) também criticou em tom de campanha o ato isolado. "Nunca foi tão fácil escolher", escreveu.
O ministro das Comunicações, Fabio Faria, questionou a aplicação de multas a manifestantes que não fizeram uso de máscaras.
“Ainda não publicaram o valor que o governo do estado de SP gastou com as “manifestações pacíficas” de ontem, nem o valor das multas para as pessoas que estavam sem máscaras.”
Pela terceira vez consecutiva, em dois meses, manifestantes protestaram em todas as capitais do país contra o presidente Jair Bolsonaro. Os atos estavam previstos para ocorrer no próximo dia 24 de julho, mas foram antecipados diante de denúncias de corrupção e propina no contrato da vacina Covaxin e em meio ao superpedido de impeachment protocolado no Congresso contra o mandatário. O governo também está ainda mais pressionado diante de uma investigação da Procuradoria-Geral da União (PGR) por suposta prevaricação no caso do contrato de compra do imunizante indiano.
Intitulado "#3JForaBolsonaro", o ato foi organizado pelas frentes Povo sem Medo, Brasil Popular, Coalizão Negra por Direitos, além do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), UNE (União Nacional dos Estudantes) e bandeiras LGBTQI+, além de ser apoiado por sindicatos, partidos de esquerda, centro e até direita. Apesar de manifestar apoio ao impeachment, movimentos organizados como o MBL e Vem Pra Rua decidiram se ausentar dos protestos. A tag marcou um dos assuntos mais comentados do país neste sábado nas redes sociais .
Diante dos protestos, Bolsonaro tem buscado minimizar os atos contra o governo, afirmando tratar-se de manifestações capitaneadas pelo PT ou mesmo afirmando que os integrantes foram pagos para comparecerem.
Entre os cartazes e faixas empunhados, estavam dizeres de “Fora, Bolsonaro”, “Bolsonaro Genocida”, “vacina sim”, além de pleitos por imunização em massa contra a covid-19, que já vitimou fatalmente mais de 522 mil brasileiros e o pedido de retorno das parcelas de R$ 600 do auxílio emergencial.
Em Brasília, manifestantes pediram em coro pelo impeachment do chefe do Executivo segurando cartazes com os dizeres “Fora, Bolsonaro”. Segundo a Polícia Militar, nenhuma ocorrência foi registrada com relação ao protesto. Foi posicionado um boneco inflável que retrata Bolsonaro com as mãos sujas de sangue, além de sátiras de duas víboras em referência ao presidente e ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
A nota destoante foi em São Paulo, no começo da noite. Mascarados depredaram uma concessionária de veículos, uma agência bancária, um ponto de ônibus, queimaram lixo e entraram em conflito com a polícia. Uma pessoa ficou ferida.
Com
informações portal Correio Braziliense
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