28 de julho de 2021

Para Bolsonaro, chegada de Ciro Nogueira à Casa Civil é "sinal de Deus"

O ex-ministro Luiz Eduardo Ramos postou foto com Bolsonaro e Ciro Nogueira, que assumirá como chefe da Casa Civil (Foto: Reprodução/Twitter)

A indicação de Ciro Nogueira (PP-PI) para chefiar a Casa Civil foi “um sinal de Deus”, disse Jair Bolsonaro. Em entrevista à Rede Nordeste de Rádio na manhã de ontem (26/07) o presidente comparou a facada que tomou em 2018 com o problema no avião no qual o senador estava   em viagem para Brasília. Ciro Nogueira tinha uma reunião agendada com Bolsonaro, mas o encontro foi adiado porque o parlamentar, que estava no México, precisou trocar de aeronave.

“Se eu acredito em Deus, o Ciro acredita em Deus. Eu vi a morte quando da facada. Ele também viu a morte no problema da turbina do avião. Foi um sinal de Deus”, disse Bolsonaro.

No entanto o futuro novo ministro da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), vai levar ao presidente a mensagem do Centrão, não tão divina.

A mudança na Esplanada, com a criação do Ministério do Emprego e da Previdência, não deve ser a única. A decisão do presidente Jair Bolsonaro de ampliar a quantidade de ministérios para agradar ao Centrão deixou esse grupo de partidos ainda mais sedento. Nos bastidores, há uma pressão para que o presidente volte a desmembrar o Ministério da Economia para ampliar as pontes com o Parlamento.

De olho na reeleição, Bolsonaro já admite ser mais pragmático a partir de agora e abortar os planos da prometida agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes. Dessa forma, caso o presidente ceda às exigências do Centrão, a pasta chefiada pelo Posto Ipiranga pode ser alterada, mais uma vez, para permitir a recriação do Ministério do Planejamento.

Esse setor é cobiçado pelo Congresso por ser responsável pelo controle do Orçamento da União. Mas há um motivo ainda maior para que o Centrão queira ter o controle da área: o enfraquecimento de Guedes. O ministro não é bem-visto no Parlamento, e muitos deputados e senadores reclamam da quantidade de estruturas que ele comanda à frente da Economia.

Há muitas críticas entre os congressistas sobre ele não auxiliar na aprovação de pautas econômicas importantes para o governo e não conseguir fazer com que reformas estruturais, como a tributária e administrativa, avancem. Parlamentares também o veem como um empecilho à implementação de um programa social para substituir ou turbinar o Bolsa Família.

Caso Guedes perca o controle sobre essa estrutura, congressistas acreditam que seria mais fácil tirar do papel os planos desse programa de renda. A ideia interessa ao Legislativo por conta da proximidade com as eleições, que poderia favorecer candidaturas tanto de deputados e senadores quanto de Bolsonaro. 

Com temor de novas derrotas, Guedes quer fortalecer as estruturas que ainda estão sob sua responsabilidade para dificultar tentativas de desmembramento da Economia. Ele articula alterações internas para diminuir a quantidade de secretarias.

Uma das ideias é unir os trabalhos das secretarias do Tesouro Nacional e do Orçamento Federal. Para efetivar a mudança, Guedes quer trocar o nome da Secretaria da Fazenda por Secretaria do Tesouro e do Orçamento. O ministro acredita que essa modificação faria com que a Economia intensificasse o rigor sobre as políticas fiscais, visto que agregaria as secretarias que cuidam da supervisão da elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual da União (LOA) e da administração financeira do governo.

Com informações portal Correio Braziliense

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