4 de julho de 2021

Ato contra Bolsonaro em Fortaleza registra adesão maior que anteriores

Manifestantes partiram da Praça Portugal em direção à praia de Iracema (Foto: Thais Mesquita)

Cartazes com a pergunta "sua vida vale US$ 1?" foram uma das principais marcas da manifestação pelo impeachment de Jair Bolsonaro, ocorrida ontem em Fortaleza. Todos os estados do País registraram atos. À conduta negacionista com que o presidente maneja a pandemia de Covid-19 se somou a suspeita de que a formulação do contrato da vacina indiana Covaxin teria envolvido propina - US$ 1 por dose -, dando novo fôlego à tese de deposição do mandatário ultradireitista.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que ele seja investigado por supostamente ter prevaricado, ou seja, não ter feito nada diante do alerta de que irregularidades ocorriam.

O ponto de partida na Capital foi em um reduto da direita, a Praça Portugal, no bairro Aldeota. Um modo encontrado pela organização de transmitir um sentimento antibolsonarista para outros polos da Cidade, saindo do eixo que compreende os bairros Benfica e Centro.

"Precisamos agregar todas as pessoas, mesmo na classe mais elitizada precisamos fazer com que essas pessoas acordem", afirmou o professor universitário Adriano Gordiano.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Ceará estimou que mais de 25 mil pessoas aderiram ao movimento. O número é superior ao do último protesto, quando se estimou 20 mil presentes.

"Estamos mais uma vez no estado do Ceará, 16 cidades, incluindo Fortaleza, pedindo 'fora, Bolsonaro'. (...) Ninguém aguenta mais o governo Bolsonaro", disse Will Pereira, presidente estadual da CUT.

Da Praça Portugal, a manifestação predominantemente vermelha se deslocou via Desembargador Moreira para a Praia de Iracema. A Avenida da Abolição foi tomada pelo ato, obrigando motoristas a desviarem o trajeto - não sem antes buzinar.

Jovens fizeram cordões humanos para impedir a passagem de veículos enquanto manifestantes atravessavam cruzamentos. Buzinas e princípios de brigas foram gerados com isso. Quem resolveu evitar a proximidade com outras pessoas em razão do vírus trocou acenos a partir das sacadas.

A ampla maioria estava de máscara e havia oferecimento de álcool em gel, apesar de aglomerações, mesmo assim, serem contraindicadas por todas as autoridades sanitárias. Apesar de você, de Chico Buarque, Para não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, foram versos políticos mais tocados em aparelhos de som.

Maria do Carmo, aposentada de 70 anos, disse acreditar que os atos devem criar um ambiente favorável para o impeachment. Ela também criticou o comportamento de Bolsonaro. 

"Um inconsequente. Eu tenho 70 anos de idade e nunca vi um presidente assim. É um caos".

O deputado estadual Renato Roseno (Psol) e os vereadores de Fortaleza Gabriel Aguiar (Psol), Guilherme Sampaio e Ronivaldo Maia, estes do PT, apareceram na passeata. 

"Só há, neste momento dois lados, um lado do fascismo do autoritarismo e do reacionarismo e outro lado que é diverso, plural, mas que quer aceitar a bola do jogo democrático", disse o socialista. 

"Eu acho que a única força política, hoje, realmente capaz de provocar um processo que detone, por exemplo, a abertura do impeachment é o povo nas ruas", disse Guilherme.

Com informações portal O Povo Online

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