O encontro entre os representantes dos partidos serviu para tentar formar uma frente contra os extremos - (crédito: Gabriela Bilo/Estadão Conteúdo) |
A reunião de presidentes de partidos de centro terminou com um único avanço: a certeza de todos de que é preciso lançar um candidato que transite longe dos extremos representados pela direita de Jair Bolsonaro e da esquerda de Luiz Inácio Lula da Silva. Esse compromisso inicial, porém, não trouxe nenhum nome capaz de aglutinar todas as tendências que estiveram no almoço promovido pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, em uma casa do Lago Sul, região nobre de Brasília.
Participaram da reunião os presidentes do PSDB, Bruno Araújo; do Democratas, ACM Neto; do Cidadania, Roberto Freire; do Partido Verde, José Luiz Penna (PV); do Podemos, Renata Abreu; além dos deputados federais Herculano Passos (SP), representando o MDB, e Áureo Ribeiro (RJ), em nome do Solidariedade, além do ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM).
“Os dois extremos não pacificam o país, mas agravam a crise brasileira e esse foi o ponto principal dessa conversa. Os partidos estão falando a mesma língua”, avaliou Mandetta, acrescentando que a ideia é de que as legendas continuem se reunindo com frequência para avaliar o cenário e, juntas, buscarem uma solução. Por conta disso, está agendado um novo encontro para o final deste mês ou começo de julho.
Para Bruno Araújo, a busca de diálogo representa aquilo que chamou de “maioria silenciosa”, que não presta apoio ao bolsonarista e nem ao petismo por acreditarem que os dois projetos naufragaram — o primeiro pelo flerte com os ideais antidemocráticos e o segundo porque, além dos escândalos do Mensalão e do Petrolão, abriu as portas para o avanço de Bolsonaro com a crise econômica e política de 2016.
“Essa é uma maioria silenciosa, que não está com bandeira na rua e tampouco em cima da moto no fim de semana. É com esses brasileiros que queremos falar”, observou.
Herculano Passos desconversou sobre um projeto comum futuro, mas considerou positivo o encontro. “Tudo está sendo conversado ainda. Pretendemos nos reunir novamente daqui a 15 dias para alinharmos as opiniões e analisar os nomes indicados por cada partido”, disse. Ele acredita que, à medida que forem acontecendo mais debates como o de ontem, a tendência é de afunilar na direção de um nome de consenso — o que deve acontecer apenas no início de 2022.
Os presidentes do PDT, Carlos Lupi; do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), e do Novo, Eduardo Ribeiro, foram convidados, mas não compareceram e nem mandaram representantes. De acordo com uma fonte, que preferiu manter-se no anonimato, a ausência deles foi compreensível porque têm projetos que se conflitam com os partidos reunidos ontem.
No caso dos pedetistas, Ciro Gomes desponta com representante da legenda para a corrida presidencial tentando angariar o eleitorado de centro esquerda. Já em relação ao PSL, lembrou que o pedido de desligamento da deputada Joice Hasselmann (SP), ao Tribunal Superior Eleitoral, foi por perceber que a agremiação tende a novamente a seguir com Bolsonaro em 2022. O mesmo deve acontecer no caso do Novo, com a desistência de João Amoêdo em tentar o Palácio do Planalto.
Com
informações portal Correio Braziliense
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