O presidente Bolsonaro em mais uma aglomeração, sem máscara, contrariando a legislação vigente (Foto: Reprodução/Facebook) |
Some-se isso a boas doses de fanfarronice e o resultado é desastroso, sobretudo se o momento exigir seriedade e disposição para queimar pestanas no planejamento de ações. O que disse em tese é o que se depreende na prática do presidente Jair Bolsonaro.
Quando falou aos seus de um relatório (falso) do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre supernotificação de mortes por Covid-19, na ordem de 50%, o mandatário adicionou mais uma carta ao castelo de mentiras a que se dedica. Nas entrelinhas, a intenção de transmitir que a coisa toda é menor do que se imagina "porque sim".
Ele depois seria desmentido pelo TCU, mas, um, a semente da dúvida já havia sido plantada; dois, ele pediu desculpa e afirmou não ter compromisso com o erro. Confere um ar de sinceridade à delinquência praticada. Um homem imperfeito que busca acertar.
Como quem quer transferir um País em frangalhos a um estado de normalidade na marra, naquela boa canetada, Bolsonaro ainda prometeu que o apequenado ministro Marcelo Queiroga (Saúde) iria assinar medida normativa desobrigando o uso de máscaras aos que já foram vacinados ou infectados pelo vírus. Depois, recuou.
É
um projeto político essencialmente associado ao exercício de relativizar e
combater questões que são ponto pacífico no mundo civilizado. Ainda que os
objetivos de momento não se concretizem, as atitudes mantêm em marcha um plano
maior de deterioração da democracia e da vida. Embora goste de aparentar ser
antissistêmico, Bolsonaro tem de ser muito grato aos deputados e senadores que,
para lhe defender, tentam tirar água de pedra. Mas às vezes só conseguem dizer:
"é o jeitão dele".
Publicado originalmente no portal do Jornal O Povo
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