Carta assinada por seis presidenciáveis é o movimento mais explícito para romper a polarização que desponta entre Bolsonaro e Lula para 2022 (Foto: Reprodução/Facebook) |
Na
avaliação de parlamentares filiados a partidos de centro, chegou o momento de
marcar posição. Com Bolsonaro em baixa popularidade por conta da gestão da
pandemia da covid-19 e da insatisfação de parte da sociedade em meio às
possibilidades de Lula ter chances de concorrer ao Palácio do Planalto, cresce
o entendimento de que o centro precisa construir um discurso unificado e
conciliar as propostas para oferecer à população uma alternativa diferente,
mesmo que alguns nomes tenham de abrir mão de lançar candidatura própria.
“Para
se ter uma candidatura competitiva, é necessário unidade. Se houver, realmente,
uma intenção do centro de conquistar a vitória no ano que vem, não podemos nos
dividir”, analisou o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), líder da legenda no
Senado. Segundo ele, o trabalho deve ser o de evitar polarizações dentro do
próprio centro, o que só tende a favorecer a esquerda e a direita. “Basta ver o
número de candidatos que temos em todas as eleições. Se permanecer dessa forma,
é evidente que não há nenhuma chance de se vencer as eleições.”
Um
dos vice-presidentes nacionais, o deputado Célio Silveira (GO) compartilha da
mesma opinião. “Diante dos acontecimentos mais recentes no meio político,
sobretudo com a volta do Lula, o jogo para o ano que vem muda totalmente, e o
centro formado por esses que assinaram a carta só tem a chance de disputar o
segundo turno se estiver unido”, observou.
A
única desconfiança do centro com o manifesto divulgado pelos seis
presidenciáveis é com a assinatura de Ciro Gomes, um dos principais políticos
do campo progressista do país. Para não deixar a esquerda apenas com Lula, o
temor de alguns políticos é de que o pedetista não aceite abdicar de concorrer
sozinho. Por outro lado, mesmo João Doria estaria disposto a não ser o líder da
chapa, sobretudo por conta da sua rejeição em São Paulo.
A iniciativa dos presidenciáveis recebeu elogios de Lula, mas ele criticou os signatários da carta por terem contribuído para a vitória de Bolsonaro em 2018. “Sou favorável e aplaudo qualquer manifesto que defenda a democracia, agora, todos esses tiveram a chance de garantir a democracia votando no Haddad. Essa gente preferiu votar no Bolsonaro. Ou seja, você faz um manifesto e sequer reconhece o erro? O Ciro foi para Paris, não votou”, reclamou o petista, em entrevista à Rádio BandNews FM, ontem.
Com
informações portal Correio Braziliense
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