À medida que os casos confirmados de Covid-19 apresentam queda, os índices de óbitos causados por complicações da doença continuam aumentando no Ceará. A edição mais recente do boletim epidemiológico que avalia o cenário da pandemia no Estado, divulgado nesta sexta-feira, 9, pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), aponta essa realidade tanto no Interior quanto na Capital.
Em Fortaleza, houve redução de 30,5% nos casos e aumento de 19,4% nos óbitos quando se compara as semanas epidemiológicas (SE) 9/10 — de 28 de fevereiro a 13 de março — com as SE 11/12 — de 14 a 27 de março. No restante do Estado, apesar das particularidades de cada local, houve queda de 24,1% nos diagnósticos e aumento de 46,7% das mortes.
Para a regionalização da assistência, o Ceará conta com 22 Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS), e cada uma agrupa determinado número de municípios. A ADS Fortaleza, por exemplo, engloba Aquiraz, Eusébio e Itaitinga, além da Capital. Além disso, as ADS são agrupadas em cinco Regiões de Saúde — Fortaleza, Cariri, Sobral, Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe. A Região de Saúde de Fortaleza conta com seis ADS e 44 cidades.
Ao detalhar a especificidade do Interior, o boletim aponta que a mesma dinâmica ocorreu em quase todas as Áreas Descentralizadas. Em relação aos casos confirmados, apenas as áreas de Baturité e Limoeiro do Norte não registraram diminuição no índice — houve aumento, respectivamente, de 31,8% e de 29,5%. Quanto às mortes, o aumento não ocorreu apenas nas ADS de Tauá e de Crato — a redução foi de 64,3% e de 5,9%, respectivamente.
O documento detalha, ainda, que houve redução de casos e aumento de óbitos em três das cinco Regiões de Saúde: Fortaleza, Sobral, e Cariri. Nas outras duas, Litoral Leste e Sertão Central, foram registrados aumentos tanto de casos de Covid-19 quanto de mortes por complicações da doença.
Nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2021 foram registradas médias diárias de 18,1; 35,8 e 89,5 mortes, respectivamente. O dia 26 de março foi o que contou com maior número de ocorrências no período, com 115 óbitos. "O mês de fevereiro apresentou um aumento de 236,8% na média móvel de óbitos, observando-se uma aceleração a partir do dia 19. Em março, registrou-se, até o momento, um aumento de 73,3% na média de óbitos", aponta o documento da Sesa.
Neste ano, até 5 de abril, o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) atestou 183 óbitos domiciliares de pacientes com Covid-19 no Ceará. Os maiores números foram registrados nos dias 12 e 18 de fevereiro e 23 e 26 de março — com 6, 6, 7 e 6 mortes, respectivamente. A faixa etária mais atingida foi a de pessoas com mais de 80 anos (43,7%), e a maioria (51,9%) eram do sexo feminino. Fortaleza concentra a maior parte das ocorrências, com 144 registros (78,7%).
O boletim epidemiológico utiliza os dados registrados entre fevereiro de 2020 a 03 de abril de 2021. Até esse momento, haviam sido confirmados 561.189 casos de Covid-19 e 14.932 óbitos pela doença no Estado. Ontem, 9 de abril, a plataforma IntegraSus, da Sesa, já registrava 580.916 casos confirmados e 15.412 mortes em todo o Ceará. Foram 5.086 diagnósticos positivos e 346 vítimas a mais do que o total registrado na última atualização da quinta-feira, 8, às 20h35min.
Ontem, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) também divulgou boletim epidemiológico que analisa o panorama da pandemia em Fortaleza. O documento aponta que houve redução nos novos casos registrados nas três últimas semanas. Isso pode ser reflexo de medidas restritivas em vigor. Após período de tendência de estabilização no número de óbitos da primeira onda da pandemia, os registros voltaram a crescer em novembro de 2020, apresentaram-se mais evidentemente em fevereiro de 2021 e tiveram crescimento exponencial no último mês.
O
dia com maior número de óbitos, desde maio de 2020, foi 18 de março último,
quando foram registradas 64 mortes. O pico da média móvel de óbitos nesta
segunda onda da pandemia de Covid-19 ocorreu há duas semanas, quando o índice
estava em 57,7 óbitos diários.
Com
informações portal O Povo Online
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