Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 3.076 óbitos (Foto: Reprodução/Tv Globo) |
Apesar da marca negativa, especialistas observam uma estabilização nas curvas de casos e mortes pelo vírus, após meses de agravamento no Brasil, segundo país com mais mortes pela pandemia no mundo.
Na sexta-feira, um relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que "nas últimas duas semanas houve a estabilização do número de casos e óbitos por covid-19, o que caracteriza a formação de um novo patamar de transmissão". Esse patamar, afirma a Fiocruz, deve permanecer em torno de 3.000 mortes por dia nas próximas semanas.
O Brasil começou 2021 com um recrudescimento dramático nas infecções e mortes por covid-19, depois que a taxa de transmissão diminuiu na segunda metade de 2020. Antes de março, o mês mais mortal da pandemia havia sido julho de 2020, com 32.881 mortes.
Essa nova fase da pandemia no Brasil é marcada pelo aumento de jovens em unidades de terapia intensiva, bem como nas estatísticas de óbitos. Nos primeiros dias de abril, “a faixa etária de 20 a 29 anos foi a que registrou o maior aumento no número de óbitos por covid-19 (1.018%)”, informou a Fiocruz. No caso das infecções, o maior aumento ocorreu entre as pessoas de 40 a 49 anos (1.173%).
Embora a vacinação avance entre os grupos prioritários (indígenas com mais de 60 anos e funcionários da saúde, entre outros), o governo federal continua alterando as metas de imunização devido à demora nas negociações com os laboratórios. Até o momento, o Ministério da Saúde planeja imunizar os grupos prioritários (77 milhões de pessoas) até setembro.
O Brasil, com 212 milhões de habitantes, aplicou as duas doses em apenas 5,8% da população (12,4 milhões de pessoas).
Enquanto isso, autoridades locais e regionais confirmam a falta de suprimentos médicos, como sedativos, necessários para a intubação dos pacientes, cuja distribuição é de responsabilidade do governo federal.
Diante do quadro dramático do país, o Judiciário ordenou ao Senado que investigasse se o governo de Jair Bolsonaro cometeu omissões no gerenciamento da crise sanitária.
O presidente sempre minimizou o vírus e chegou a chamar a covid-19 de "gripezinha". Também promoveu aglomeração e o uso de medicamentos sem eficácia comprovada nos estágios iniciais da doença, como cloroquina e ivermectina.
Bolsonaro também questionou as vacinas e atacou governadores e prefeitos por defenderem a suspensão de atividades não essenciais para diminuir a transmissão do vírus. Nesta sexta-feira, o presidente ameaçou mandar o Exército às ruas caso as medidas de restrição à mobilidade fossem mantidas.
Com
informações portal Correio Braziliense
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