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13 de março de 2021

Prefeitos e parlamentares divergem sobre isolamento rígido em todo o Ceará

Presidente da Amcoeste, o prefeito de Nova Olinda, Dr. Ítalo, é um dos contra a medida (Foto: Reprodução/Facebook)

Parlamentares e prefeitos ouvidos pelo jornal O POVO ao longo do dia de ontem (12/03) divergiram sobre a necessidade de implantação do isolamento social rígido, ou "lockdown", em todo o estado do Ceará. Ao decretar a medida mais restritiva em Fortaleza, há mais de uma semana, o governador Camilo Santana (PT) havia recomendado aos demais municípios que seguissem as mesmas orientações.

A escalada da pandemia, no entanto, acelerou a tomada de decisão de fechar atividades não essenciais em todo o Ceará.

Para o senador Eduardo Girão (Podemos), o lockdown é sintomático do "descontrole" e de "falhas grosseiras" que ele entende terem havido na gestão da pandemia, como a desativação do Hospital de Campanha instalado no estádio Presidente Vargas (PV).

"Lockdown, além de não resolver a pandemia, agrava muito a já profunda crise social e econômica, aumentando a fome e o desemprego de milhões de cearenses."

O deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) entende diferente. Na perspectiva do pedetista, trata-se de uma medida dura, mas necessária para conter o avanço da doença. "Não queremos baixas no CNPJ, nem muito menos em CPFs. Vacina no braço, comida no prato", exclamou.

Ontem, prefeitos da macrorregião do Cariri sentaram para uma reunião, já no sentido de traçar as demandas prioritárias e reforçar o aparato hospitalar para lidar com a crise.

"Aqui na Região da gente não se conseguiu vislumbrar situação grave a ponto de decretar lockdown", afirmou o prefeito de Nova Olinda, Dr. Ítalo (PP).

Ele preside a Associação dos Prefeitos dos Municípios do Cariri Oeste (Amcoeste), com 12 municípios integrantes. "Agora o governador nos surpreendeu com essa decisão (de lockdown) e a gente vai acatar. A gente sabe das consequências ruins para a economia, ruins para os (trabalhadores) informais."

Na reunião a que Ítalo se refere, 32 dos 45 municípios da macrorregião votaram. Foram 11 favoráveis ao lockdown, 16 contrários, com cinco abstenções. Um dos favoráveis, o prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil (PT), defende que Camilo agiu com sensatez.

"Todos os 10 leitos de UTI do Crato estão lotados. Os leitos de UIT de Juazeiro estão lotados. Então, essa é a preocupação, a falta de leitos para os pacientes. O Estado está tentando colocar mais 40 leitos no Hospital Regional, mas até que isso aconteça, é bom que tenhamos um período aí para adaptar essas novas condições."

Com informações portal O Povo Online

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