Puxado pela pandemia de Covid-19, o número total de mortes por doenças e causas naturais diversas no Ceará teve um aumento de 33,1% em 2020. Foram 52.376 mortes não violentas registradas no ano. Em 2019, o número havia sido de 39.342 óbitos. Morreram 13.034 a mais no Ceará em 2020 que no ano anterior, sem considerar as mortes violentas. Os números informados pelo Portal da Transparência - Registro Civil confirmam o impacto negativo da pandemia na saúde dos brasileiros.
Nos últimos seis anos, apenas em 2017 e 2018 registraram-se mais óbitos no Estado que em 2020. Em 2017, 57.425 pessoas morreram no Ceará de causas não violentas, tornando este o período com mais óbitos durante os últimos seis anos, e provavelmente de toda a história. Naquele ano, as mortes violentas no Estado também bateram recorde. Foi o maior número de homicídios de toda a série histórica: 5.133 assassinatos, violência em grande parte atribuída a conflito de facções.
Nesta quarta-feira, 24, fará um ano desde que morreram as primeiras vítimas de Covid-19 no Ceará, segundo a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). A confirmação do diagnóstico e a divulgação dos primeiros óbitos ocorreu no dia 26 de março de 2020.
Em um ano no qual o novo coronavírus derrubou os números da arrecadação em âmbito federal e estadual, a área da saúde viveu um cenário oposto. Leitos de hospitais com a taxa máxima de ocupação, número de contaminados em constante crescente, além dos óbitos em decorrência da Covid-19. Por outro lado, o número de nascimentos diminuiu. No Brasil, verificou-se ainda o aumento de divórcios.
No Ceará, 25.310 vidas foram perdidas por causas respiratórias durante o ano de 2020. Desse total, 9.922 óbitos foram causados pela Covid-19, o que representa 39,2% dos casos.
Durante o mesmo período, em 2019, antes da Covid-19, o número de mortes, no Estado, por causas respiratórias, foi de 15.310. Os números mostram que o total de óbitos por causas respiratórias teve um aumento de 65,3% entre 2019 e 2020.
Em comparativo entre os dois últimos anos, sem os números causados pela pandemia, a diferença de óbitos é bem pequena. Sendo 15.310 mortes em 2019 e 15.388 óbitos em 2020, o que resultaria em um aumento de 0,5% de um ano para o outro. Diferença de 78 óbitos.
O portal apresenta, além das doenças respiratórias, o bloco "demais óbitos", que contempla mortes relacionadas a outras doenças naturais como câncer, HIV, AVC, derrame, entre outros. Um panorama das demais causas, exceto as respiratórias e as violentas (assassinato, acidente, suicídio).
Ainda segundo o Portal da Transparência, 5.345 pessoas já morreram no Ceará por causas respiratórias em 2021, sendo 2.352 por Covid-19 até a última quinta-feira, 18. Levando em consideração as 9.887 vidas perdidas para a pandemia no Ceará em 2020, o número de óbitos deste ano já representa 23,7% do total do último ano.
O número de óbitos pode ser ainda maior do que o computado até o momento. Já que novos casos podem levar até 15 dias para serem computados. As informações foram coletadas no Portal da Transparência - Registro Civil, às 23 horas do dia 18 de março de 2021. Os números passam por constante atualização na plataforma.
O presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli, explica que os dados coletados apresentam as informações que constam no obituário de cada pessoa, o que ainda pode causar divergências nos números.
"O
registro simplesmente atesta o que está na declaração de óbito. O que se
observa é que a quantidade de óbitos não necessariamente acompanha a
necessidade de testagem. A margem da síndrome respiratória aguda grave, com
certeza, vai permanecer elevada, porque essa é uma das causas mais severas da
própria Covid-19, e ela é muito presente em casos graves", diz.
Com informações portal O Povo Online
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