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19 de março de 2021

Bolsonaro faz ofensiva no Supremo contra ações restritivas nos estados

O presidente entende que a medidas adotadas configuram estado de sítio (Foto: Evaristo Sá)


Mesmo com quase 290 mil mortos pela covid-19 no país e o colapso do sistema de saúde, o presidente Jair Bolsonaro segue empenhado na luta contra as iniciativas de estados e municípios para tentar conter a propagação do vírus. O chefe do Executivo anunciou ontem (18/03) que ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender medidas restritivas impostas pelos gestores, entre as quais o toque de recolher, vigente em três unidades da Federação.

O mandatário, contudo, não especificou quais governadores são alvo da ação. Bolsonaro já criticou Ibaneis Rocha (MDB-DF) por ter estabelecido um toque de recolher no Distrito Federal das 22h às 5h. A medida, de acordo com o presidente, se assemelha a um decreto de estado de sítio.

Em live nas redes sociais, ontem, Bolsonaro voltou a usar o termo para justificar a ação apresentada ao STF. “Isso é estado de defesa, estado de sítio que só uma pessoa pode decretar: eu. Mas quando eu assino um decreto de defesa ou sítio, vai para dentro do Parlamento”, comentou.

Bolsonaro continuou as críticas dizendo que “um decreto de um governador ou de um prefeito, não interessa quem seja, tem o poder de usurpar a Constituição”.

Em outra frente, o chefe do Planalto informou que apresentará ao Congresso um projeto de lei para classificar como atividade essencial qualquer tipo de ocupação profissional. Segundo ele, não é justo que brasileiros sejam impedidos de trabalhar por conta de decretos de estados e municípios que restringem as categorias do setor produtivo em meio à pandemia. Na avaliação dele, o projeto de lei deve “restabelecer a ordem” e fazer com que os poderes da República fiquem “cada vez mais harmônicos”.

Mais cedo, a apoiadores, Bolsonaro rebateu críticas pela demora do governo para compra de vacinas contra a covid-19. Ele chamou de “imbecil” e “mau-caráter” quem cobra do Executivo a aquisição de mais imunizantes. Segundo o presidente, não há nenhum lugar no mundo que venda a quantidade de doses suficientes para atender a demanda do Brasil.

“Daí o cara fala ‘quero vacina, cadê a vacina’? Ou o cara é mal-intencionado, mau-caráter ou é imbecil. Ele não consegue acompanhar, impressionante”, reprovou. Ele acrescentou que muitos brasileiros parecem querer “derrubar o governo”. “Acho que é um dos raros países onde querem derrubar o presidente é aqui. Eles não apresentam a solução. Quando eu digo: ‘Me apresente um país onde está dando certo o combate à covid’, não tem (veja quadro)”, sustentou.

Também ontem, Bolsonaro colocou em dúvida a lotação das unidades de terapia intensiva (UTIs) pelo país. Alegou que o alto número de pacientes internados não se deve apenas à infecção pelo novo coronavírus..

O chefe do Executivo relatou que um tio dele morreu no mês passado. Um dos bolsonaristas questionou se a causa era covid-19, e o presidente rebateu que havia feito o comentário para motivar a questão. “Eu fiz aqui um comentário hipotético, qual a pergunta dele? Eu sabia que ia cair: ‘Morreu de covid?’ Parece que só se morre de covid”, ressaltou. “Você pode ver. Os hospitais estão com 90% de UTI ocupada. O que a gente precisa fazer? Quantos são de covid e quantos são de outras enfermidades?”

Veja país que são exemplo no enfrentamento ao novo coronavírus:

Nova Zelândia: País que ficou conhecido pelas políticas rígidas de isolamento para frear o avanço do coronavírus, a Nova Zelândia registrou, desde o início da pandemia, 2.434 casos e 26 mortes. Mesmo com uma população pequena, com pouco mais de 5 milhões de pessoas, os números representam um bom desempenho se comparado a, por exemplo, o Distrito Federal. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou, em 2021, que o DF tem uma população estimada de 3,055 milhões de habitantes. Até esta quinta-feira (18/3), a capital registrou 322.686 casos e 5.206 mortes pela doença.

Chile: Primeiro país a ter dado início à vacinação contra covid-19 na América do Sul, o Chile atingiu, na quarta-feira, a marca de 5 milhões de pessoas que receberam alguma das doses contra o coronavírus. O país é o 23º do mundo com maior número de casos registrados da doença e tem 21.988 mortes por covid.

Israel: Com 9,56 milhões de doses de vacinas aplicadas contra a covid, Israel é o país que mais imunizou a população em quantidade relativa. No local, foram ministradas mais doses que a própria população. O país é o 25º em números de casos por covid: 825.562, e registra 6.069 mortes. Israel investiu tanto em imunizantes quanto no isolamento social e em medidas de controle do contágio, como campanhas para o uso de máscaras.

Também estão tendo sucesso no enfrentamento à doença, China, Vietnã, Reino Unido e Austrália.

Com informações portal Correio Braziliense

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