Bolsonaro gerou várias aglomerações na passagem pelo Ceará e não usava máscara (Foto: Clauber Cleber Caetano) |
Em mensagens trocadas no último sábado, 27, em grupo de WhatsApp com os 81 senadores, parlamentares repercutiram os desdobramentos da visita presidencial, que gerou aglomerações e desrespeitou medidas sanitárias, iniciando ali um alinhamento para viabilizar a CPI na Casa. Capturas de tela foram divulgadas ontem na coluna do jornalista Guilherme Amado, na Revista Época, e tiveram a veracidade confirmada ao O POVO, reservadamente, por uma fonte.
"Senadoras e senadores, o presidente Bolsonaro esteve no Ceará, sexta-feira, quando cometeu pelo menos dois crimes contra a saúde pública, ao promover aglomerações sem proteção e ao convocar a população a não ficar em casa, desafiando a orientação do governo do estado e ainda ameaçando o governo de não receber o auxílio emergencial. Desta maneira a instalação da CPI no Senado tornou-se inadiável. Não podemos ficar omissos diante dessas irresponsabilidades", escreveu Tasso aos colegas.
Parlamentares de MDB, PT, PSD, Cidadania, Rede, Pros, Podemos e Republicanos apoiaram a mensagem. "Toda razão Tasso, o presidente afronta os governadores que estão na ponta cuidando da saúde, cabe ao Senado contestar essa ação equivocada", escreveu Otto Alencar (PSD-BA), seguido por Confúcio Moura (MDB-RR) "Ainda bem que temos governadores e prefeitos que cumprem seus deveres" e por Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Zenaide Maia (Pros-RN) que disseram "concordar",. dentre outros que expressaram apoio à questão.
No sábado, Tasso havia cobrado publicamente a instauração da CPI e dito que a postura de Bolsonaro foi uma tentativa de "desmoralizar" medidas mais rígidas de combate à pandemia que acabaram de começar no Estado. "Ao conclamar a população para ir à rua, o presidente está mandando as pessoas à morte. Bolsonaro veio ao Ceará para tentar desmoralizar as medidas de restrição. Isso é criminoso", afirmou o cearense.
Em Tianguá, a cerca de 310 quilômetros de Fortaleza, Bolsonaro desfilou em carro lotado, discursou para apoiadores aglomerados e ainda criticou indiretamente o governador Camilo Santana (PT) que não compareceu aos eventos nos quais o presidente esteve presente.
O requerimento para a CPI da Covid-19 foi assinado por pelo menos 30 senadores antes do Carnaval. Tasso é um dos subscritores e agora articula pela "urgência" da pauta para que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), autorize o início dos trabalhos. O Ministério Público Federal (MPF) também acompanha os desdobramentos da visita de Bolsonaro ao Estado e informou que poderá apurar possíveis irregularidades cometidas.
As animosidades causadas pela postura de Bolsonaro fazem com que os outros Poderes tenham que dividir atenção com discussões importantes para o País como a vacinação e o auxílio emergencial. Esta semana o Senado deve votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, projeto que está diretamente ligado à continuidade do auxílio no País.
O governo considera a aprovação da PEC fundamental por ser uma das aposta para cortar gastos, pois cria mecanismos de ajuste fiscal para União, estados e municípios a partir do acionamento de gatilhos que obrigam governantes a conterem gastos, como salários e subsídios, quando a despesa obrigatória superar 95% do total.
Com
informações portal O Povo Online
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