Jonas Donizette explicou que o consórcio se destina à aquisição de vacina em face da lentidão do Governo Federal (Foto: Divulgação/FNP) |
Dos 184 municípios cearenses, 128 aderiram ao Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras, que busca facilitar a aquisição de doses dos imunizantes contra a Covid-19. Entre eles, está Fortaleza. Outras 23 capitais também integram a iniciativa, encabeçada pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP). Esgotado ontem, o prazo para demonstração de interesse em compor o colegiado resultou na participação de 1,7 mil cidades em todo o país.
No
Ceará, quase 70% dos municípios indicaram interesse em compor o consórcio, cujo
objetivo é viabilizar a compra dos imunizantes de laboratórios como a Pfizer e
outros para distribuí-los proporcionalmente à população de cada ente
participante. Do estado, apenas 56 não sinalizaram positivamente para a ação.
Presidente da FNP, o ex-prefeito de Campinas (SP) Jonas Donizette afirmou, em coletiva de imprensa nessa sexta-feira, 5, que o consórcio se destina à aquisição de doses diretamente com as empresas que as produzem, já que o ritmo do Governo Federal tem sido lento.
“O consórcio é para compra de vacinas, podendo se estender para compra de insumos. É um consórcio robusto e com foco na compra da vacina”, frisou.
Segundo ele, os chefes de Executivo municipais esperam que, “nos próximos 40 dias, pelo menos mais 10 marcas de vacinas sejam aprovadas no mundo” e que o número que será negociado é equivalente ao que estiver ofertado no mercado, manejando receita das próprias administrações locais.
“A
quantidade que vamos comprar é aquela que estiver disponível”, avisou. “Vamos
atrás de todas as doses disponíveis de todas as marcas de vacina e vamos seguir
aquilo que o projeto fala, todas as etapas para concretizar a compra, inclusive
com recursos próprios.”
Embora o período para inscrição tenha se encerrado ontem, prefeituras eventualmente interessadas ainda podem aprovar lei específica para integrar o consórcio no legislativo municipal até o dia 19 de março. Depois disso, basta encaminhar o termo de aprovação à FNP.
“A partir de hoje as prefeituras podem enviar seus projetos para suas respectivas câmaras municipais. Se não se inscreveu, tem uma segunda oportunidade. Se enviar também o projeto aprovado, na constituição do dia 22 poderá fazer parte desse consórcio”, explicou o gestor.
Essa etapa é obrigatória para a formalização da adesão. No dia 22, oficialmente, o consórcio passa a operar, já com a perspectiva de contatar diretamente farmacêuticas, como alternativa ao Plano Nacional de Imunização, do Governo Federal.
No Ceará, mesmo prefeitos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como Roberto Pessoa (PSDB), de Maracanaú, e Vitor Valim (Pros), de Caucaia, assinalaram adesão ao acordo.
“Nossa campanha de vacinação segue com um trabalho intenso da Secretaria de Saúde do município, e acreditamos que assim vamos vencer esse momento tão difícil para todos nós”, disse Valim por meio de assessoria.
Durante a coletiva, Donizette também comentou declarações recentes de Bolsonaro sobre dificuldade de compra de vacina.
“Ouvimos que o Governo poderia requisitar as vacinas que o consórcio viesse a receber. Para nós, isso não é problema nenhum, pelo contrário. Esse é o espírito, conseguir a vacina, e nós sabemos que não está fácil”, ressaltou.
Mas, em seguida, criticou o mandatário e fez um apelo pela compra de vacina: “Quero fazer um repúdio à fala do presidente ontem, quando falou para comprar vacina na casa da mãe. Presidente, nós sabemos que não é tarefa fácil nem está disponível em qualquer esquina, mas temos que ir atrás. Precisamos de um esforço nacional para comprar a vacina”.
Com
informações portal O Povo Online
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