"Acho que ele queria ser o Trump tupiniquim" escreveu o professor Pedro Jorge (Foto: Reprodução/Facebook) |
Começo este artigo confessando o meu pecado. No segundo turno eu votei em Bolsonaro. Por absoluta falta de opção. Mas, há muito me arrependi. Eu fui enganado pelas promessas do candidato e no começo do mandato, ainda acreditava que ele faria um bom governo. Pelos ministros que escolheu, por não aceitar o "toma lá, dá cá".
Entretanto, os "assistentes" que o cercavam, logo começaram a mudar tudo. Diz-se que havia no Palácio um gabinete paralelo, ao qual deram o nome de "gabinete do ódio".
Ora, não há na história mundial governo que foi um bom governo baseado no ódio, na divisão dos cidadãos, no desapreço à imprensa. Aí veio a briga com a imprensa, com o Congresso Nacional.
Quando a pandemia chegou era hora de ele se transformar em um grande presidente. Porque teria nas mãos argumentos para solicitar ao Congresso medidas de exceção, para ajudar os brasileiros, para ajudar as instituições de pesquisas, para fazer contratos com as empresas farmacêuticas que estavam trabalhando para produzir vacinas. Todas, de qualquer lugar do mundo.
Mas, não. Ele preferiu ridicularizar as instituições internacionais, banalizando a epidemia, ou "gripezinha" no seu linguajar chulo; arvorou-se de cientista, ao receitar drogas não recomendadas pelos meios médicos internacionais; resolveu brigar com seu ministro da saúde.
O que ele pensou ganhar com isso? Há de se argumentar que ele estava muito preocupado com a economia. Assim, para ele, não se deveria adotar medidas que diminuíssem a produção.
Ora, se isto fosse feito, as aglomerações seriam uma "estrada de dez pistas", via única, para a propagação do vírus. E a morte de milhões de brasileiros seria a consequência natural. Foi por esta razão que brigou com os governadores. Não só os do Nordeste, os "paraíbas", mas, até com o de São Paulo, seu antigo aliado.
Acho que ele queria ser o Trump tupiniquim. Mas aí se complicou todo. O Trump caiu e ele pode sofrer um processo de impeachment.
E então o homem contra o "toma lá, dá cá", tornou-se o homem do "vem pra cá, que dou". A sua conduta está cada vez mais longe daquela que se espera de um presidente de uma nação.
No discurso em jantar com cantores sertanejos, a linguagem chula mais uma vez foi a tônica de sua fala. Usou até palavrão. Normalmente em países civilizados, o mandatário maior do país é um exemplo para ser seguido no que diz respeito ao comportamento público.
Mas o pior não é a sua atitude enquanto orador. É sua atitude enquanto presidente, esquecendo suas promessas com as quais enganou o povo brasileiro.
O
Bolsonaro se perdeu. E aí o adjetivo "energúmeno" no seu significado
de pessoa que age com violência, de forma irracional, brutal, desequilibrado,
desatinado, se lhe define com precisão.
Publicado originalmente no portal O Povo Online
As prioridades de um negacionista
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