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1 de janeiro de 2021

Discurso de Posse do vereador Ariovaldo Soares

Ariovaldo é servidor da Casa e foi eleito e empossado vereador pelo PDT (Felipe Lima)

Excelentíssimo senhor presidente da Câmara Municipal; Excelentíssimo senhores vereadores e vereadoras; Excelentíssimo senhor prefeito municipal; Excelentíssimo senhor vice-prefeito municipal; Senhores servidores do apoio administrativo; Internautas que nos acompanham pelas redes sociais... Ao inicio de tão importante etapa em minha vida, o primeiro sentimento que vem ao coração é de agradecer.

A Deus, pela vida e pela saúde. De agradecer a minha família, especialmente aqueles que se fazem presentes em todos os momentos e, aos amigos,  especialmente as trezentas e treze pessoas que sufragaram meu nome e assim, deram me, a oportunidade de representá-los e de também representar o meu município, nesta legislatura que se inicia.

Assumo a cadeira de vereador, com a certeza de que, farei um mandato voltado para a apresentação de iniciativas legislativas que busquem a melhoria da qualidade dos serviços ofertados pelo poder público aos nossos concidadãos, com ênfase para os serviços de saúde, de educação, da assistência social e o apoio, incondicional, a todas as proposituras e iniciativas que sejam dirigidas a esta casa legislativa ou que dela nasçam que, de alguma forma tenha por finalidade o bem comum.

Da mesma forma, Vereadora Rafaela Gonçalves, ilustre e renomada advogada, filha da vereadora Alice e do enigmático, grande mestre da política local, Raimundim do São Romão, que também já ocupou a cadeira que Vossa Excelência hoje ocupa. Exercerei, com firmeza, com altivez, com determinação, com responsabilidade e bom senso,  a atividade fiscalizatória dos recursos públicos de nosso Município, muito mais do que por um direito, quanto por obrigação.

Além da fiscalização pelo modelo convencional, farei, individualmente ou com a participação de outros colegas vereadores que se dispuserem, diligencias nos locais e órgãos públicos, sempre que necessário, a fim de verificar e confrontar as informações lançadas pela administração nos moldes definidos pelos órgãos externos,  com as existentes no local,  quando for o caso;  Quem me conhece, do dia a dia, sabe que,  tanto na política quanto nas atividades profissionais que exerci ou exerço, procuro fazer, sem as “pessoalizações”, tão comum em nosso meio, as questões e problemas que a mim são designados.

Considero me, do campo moderador, busco, tanto quanto possível, a conciliação, pois acho que o dialogo ainda é o melhor caminho, senão para todos os males, mas para a maioria deles. 

Da mesma forma, vereador Deza Soares, que conhece este parlamento, não abro mão da defesa de minhas convicções e das minhas crenças; não sou o dono da verdade e nem me considero o paladino da moralidade, ao contrário, reconheço falhas e erros e talvez ate omissão, mais em todos, sem a existência do dolo. Inevitavelmente, em sessões vindouras abordaremos essas questões, pois o momento não me parece apropriado. 

Todavia, não posso deixar de dizer, nesta oportunidade, da tristeza que se abateu e ainda vige entre nossa comunidade, em face de acontecimento recente neste município, do que se denominou "Operação Salus".

Treze famílias tiveram arrancadas de si, entes queridos, tirados do convício social, abruptamente arrancadas de suas casas, pela policia judiciária, para cumprimento de várias ordens judiciais, algumas poucas já postas em liberdade, cumprindo prisões domiciliares. Eu próprio, passei pelo constrangimento de um mandado de busca e apreensão, em minha residência e, por indiciamento recente, conforme amplamente noticiadas pela imprensa e redes sociais.

Vi e ouvi, nas mesmas redes sociais e no boca a boca, a propagação de mentiras várias, inclusive ditas por alguns do povo, mas também por altas autoridades locais, que tinham e tem, o dever moral, ético,  de não faltar com a verdade. 

Tenho dito e reafirmo, que nas sessões plenárias que virão, prestarei, de minha parte, as explicações que devo ao povo, especialmente aqueles que me conduziram a esta Casa Parlamentar, sobre as suposições e ilações a mim atribuídas, no âmbito dos fatos narrados na peça policial e eu acredito, que toda a verdade virá a tona e tudo será esclarecido, inocentes serão declarados inocentados e culpados serão declarados culpados.

De toda sorte que a didática, a disciplina e o sofrimento havido em decorrência do que se denominou "Operação Salus", efetivamente, nos chama a profunda reflexão. Existira uma linha imaginária do antes e do depois.

Vereador Valmir Brasil, a famigerada expressão ou a hasteg, como muitos preferem, “não dá em nada”, caiu em desuso. A cabra também berrou muito pouco de onze de dezembro pra cá. Façamos todos, sem exceção, vereador Professor Nonato e Junior Paulino, que muito jovem chega a este parlamento, reflexões. A administração pública mudou. A administração pública muda, cotidianamente.

Novos valores são inseridos seja por força de leis e de regulamentos superiores, seja por força de acontecimentos não esperados – como a "Operação Salus"; como também poderá mudar pelo comportamento parlamentar que cada um de nós adote, de agora em diante.

Não há, caro vereador Paulo Geaneo, que preside esta atípica e histórica sessão de posse, nenhum vereador maior ou menor que outro. Todos somos iguais em direitos e deveres, mas todos, haveremos que prestar satisfação e contas, ao povo, das ações e votos que viermos a proferir nesta Casa.

Meu caro vice-prefeito Devaldo Nogueira, Ulysses Guimaraes, grande político brasileiro, infelizmente já falecido, tinha por costume, ao encerrar seus discurso, asseverar: “A caravela vai partir. As velas estão paridas de sonho, aladas de esperanças. O ideal está ao leme e o desconhecido se desata à frente. No cais alvoroçado, nossos opositores, como o velho do Restelo de todas as epopeias, com sua voz de Cassandra e seu olhar derrotista, sussurram as excelências do imobilismo e a invencibilidade do establishment".

Conjuram que é hora de ficar e não de aventurar. Mas no episódio, nossa carta de marear não é de Camões e sim de Fernando Pessoa ao recordar o brado: "Navegar é preciso. Viver não é preciso. Posto hoje no alto da gávea, espero em Deus que em breve possa gritar ao povo brasileiro: Alvíssaras, meu capitão. Terra à vista!' Sem sombra, medo e pesadelo, à vista a terra limpa e abençoada da liberdade".

Eu o imito, dizendo, levantemos as nossas vistas, erguemos nossas cabeças, enfrentemos nossos medos e nossos erros, que o governo que se inicia ou se reinicia como queiram, enfrente suas ações, reconheça seus graves erros. Faça as correções necessárias. Tenha rumo. “pergue o má costume”, como diria Mãe Gulora, se viva fosse. Se policie. Faça atuar a Controladoria e a Ouvidoria Geral deste Município.

Vamos atuar com a verdade, rejeitemos o ódio, Vamos estimular a concórdia e celebrar a paz. Muito obrigado a todos.

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