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20 de dezembro de 2020

Bolsonaro diz que pressa por vacina contra covid-19 "não se justifica"

Para o presidente a pandemia "está chegando ao fim" (Foto: Reprodução/ Youtube)

O presidente Jair Bolsonaro defendeu ontem (19/12) mais cautela e "paciência" em relação à vacina contra a covid-19, negando que haja, por parte dele, politização em torno do assunto. Segundo o chefe do Executivo nacional, a pandemia "está chegando ao fim". As informações foram ditas em uma entrevista concedida ao próprio filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e divulgada no canal do Youtube do parlamentar. 

"A pandemia realmente está chegando ao fim, os números têm mostrado isso aí. Estamos com uma pequena ascensão agora, mas pressa da vacina não se justifica, porque você mexe com a vida das pessoas. Vai inocular algo em você, o seu sistema imunológico pode reagir ainda de forma imprevista", afirmou.

Segundo o presidente, isso não pode acontecer sem que antes passe pela certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Você não pode, sem que passe pela Anvisa, sem que tenha certificação da Anvisa, você bote a vacina no mercado, isso é uma irresponsabilidade", afirmou. Nenhuma vacina pode ser liberada no Brasil sem antes passar pela Anvisa.

No caso de pedido de uso emergencial (que é quase uma extensão da fase 3 de testes, com grupo específico a ser imunizado e prazos), ainda assim passa pela Anvisa. Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou que governadores e prefeitos de todo o país possam adquirir vacina contra covid-19 sem o aval da Anvisa desde que esteja registrada em ao menos uma das principais autoridades sanitárias estrangeiras e liberadas para distribuição comercial nos respectivos países, e apenas se a agência não expedir autorização competente no prazo de 72 horas.

O entendimento do ministro segue Lei 13.979/2020, que prevê medidas de combate ao novo coronavírus e aprovada no início do ano. As agências internacionais são: FDA (dos Estados Unidos); EMA (Europa); PMDA (Japão) e NMPA (China).

"Lógico que sendo uma vacina comprovada, a gente vai comprar e vai distribuir para todo o Brasil e aquele que quiser, voluntariamente, se vacinar, poderá fazer", afirmou. O STF definiu nesta semana que a vacinação é obrigatório - o que é diferente de forçada. No entendimento do Supremo, quem se recusar a tomar pode sofrer sanções administrativas, como ser impedido de acessar determinados serviços e lugares.

"Não há guerra, não há politização da minha parte. Nós esperamos, então, uma vacina segura. (...) Aguarda um pouco mais. Você mexe com a vida das pessoas. Alguns estão afoitos para tomar, eu entendo que o cara está preocupado, quer se imunizar, mas às vezes um pouquinho mais de paciência... Acho que a prudência é importante nesse momento. Não há politização nenhuma da nossa parte", afirmou.

Apesar de dizer isso, a pandemia se tornou um 'campo de guerra' entre ele e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu possível opositor nas eleições de 2022.

Com informações portal Correio Braziliense

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