Cerca de 38 milhões de eleitores de 57 cidades brasileiras, incluindo 18 capitais, estão aptos a votar, hoje, no segundo turno das eleições municipais. Além da escolha dos prefeitos que vão comandar os municípios a partir de janeiro, está em jogo a correlação de forças políticas que começam a se organizar para a disputa presidencial de 2022. Uma preocupação adicional de autoridades e candidatos é com a possibilidade de mais um alto índice de abstenção, a exemplo do recorde de 23,14% que foi registrado no primeiro turno.
As mulheres representam 54% dos eleitores aptos a votar hoje, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre as 18 capitais que terão votações, a maior parte está na região Nordeste. São sete no total: Maceió (AL), Fortaleza (MA), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Recife (PE), Teresina (PI) e Aracaju (SE). Na sequência, vem a região Norte, com cinco capitais: Rio Branco (AC), Manaus (AM), Belém (PA), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR). Em terceiro está a região Sudeste, com Vitória (ES), Rio de Janeiro e São Paulo.
Na capital paulista, o prefeito Bruno Covas (PSDB) lidera as pesquisas de intenção de voto, em uma disputa apertada com Guilherme Boulos (PSol). A eleição paulistana é um teste de força para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos pré-candidatos à Presidência. No primeiro turno, ele se deu melhor do que o presidente Jair Bolsonaro, que assistiu à derrota do seu candidato, Celso Russomanno (Republicanos).
No Rio de Janeiro, as últimas pesquisas indicam que o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) deve vencer, por ampla vantagem, o atual prefeito da cidade, Marcelo Crivella (Republicanos). Se as projeções se confirmarem, Bolsonaro terá amargado uma derrota em seu próprio reduto eleitoral.
Em Fortaleza, a disputa é entre José Sarto (PDT), que representa a base da atual administração municipal, e Capitão Wagner (Pros). O pedetista, apoiado pelo pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), lidera as pesquisas com ampla vantagem. Capitão Wagner, por sua vez, é outro candidato apoiado pelo presidente que enfrenta dificuldades no segundo turno.
Já as eleições no Recife e em Vitória são vitais para o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No primeiro turno, o partido não conquistou a prefeitura de nenhuma capital. No Recife, a disputa é em família. Marília Arraes (PT) lidera as pesquisas de intenção de voto, seguida de perto por João Campos (PSB), seu primo.
A eleição na capital pernambucana interessa, também, a Ciro Gomes, que articula uma dobradinha entre PDT e PSB na corrida presidencial de 2022. Já na capital capixaba, segundo as últimas projeções, o petista João Coser está em desvantagem em relação ao bolsonarista Delegado Pazolini (Republicanos), mas a disputa está bastante apertada.
Cuiabá (MT) e Goiânia (GO) são as duas únicas capitais no Centro-Oeste a realizar o segundo turno. Na capital goiana, há muitas expectativas em torno do estado de saúde do candidato Maguito Vilela (MDB), de 71 anos, que está internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, com covid-19. Líder nas pesquisas de intenção de voto, com ampla vantagem sobre Vanderlan Cardoso (PSD), Maguito nem sabe que passou para o segundo turno. A campanha vem sendo comandada pelo deputado federal Daniel Vilela (MDB), filho do candidato.
Na região Sul, Porto Alegre (RS) é a única capital com segundo turno. Nessa disputa, Sebastião Melo (MDB) lidera as pesquisas, com uma vantagem apertada sobre Manuela D'ávila (PCdoB).
Os únicos eleitores que ainda não votaram para prefeito e vereador, neste ano, são os de Macapá. Em razão do estado de calamidade pública causado pelo apagão no Amapá, o TSE marcou o primeiro turno na capital para 6 de dezembro e o segundo, se houver, para o dia 20 do mesmo mês.
As eleições municipais deste ano revelaram um fortalecimento de partidos de centro, incluindo os tradicionais MDB, DEM e PSDB e os do chamado Centrão, bloco partidário que dá sustentação ao governo — PP, PSD, PL, PTB e Republicanos.
Bolsonaro, que está sem partido, tem sido aconselhado por aliados a se filiar a alguma dessas legendas do Centrão, para disputar a reeleição em 2022. O presidente precisará de palanques na campanha, principalmente depois da derrota do bolsonarismo no primeiro turno das eleições municipais. As urnas têm mostrado também um encolhimento do PT nos municípios, incluindo capitais como São Paulo e redutos históricos como a região do ABC Paulista.
Com
informações portal Correio Braziliense
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