2 de outubro de 2020

Ceará ultrapassa 9 mil mortos por Covid


O Ceará passou das 9 mil mortes em decorrência da Covid-19. Até ontem (01/10) foram registrados 9.047 óbitos pela doença na plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), atualizada às 17h24min. São 242.021 casos da infecção confirmados. O Estado caiu no ranking da taxa de mortalidade da doença por 100 mil habitantes, ficando na 5º posição, conforme o painel Covid-19 no Brasil, do Ministério da Saúde. Há dois meses, o Ceará liderava a lista.

A taxa de mortalidade da infecção no Estado é de 98, mesmo índice no Mato Grosso. Este, no entanto, tem número de óbitos total menor do que o estado cearense. Eles ficam atrás de Distrito Federal (108), Rio de Janeiro (107), Roraima (107) e Amazonas (100). O Ceará, que apresenta tendência de redução da infecção, tem 89.590 casos em investigação e 214.797 pacientes recuperados. Foram realizados 762.371 exames para diagnóstico da patologia.

O epidemiologista Marcelo Gurgel, professor e membro do GT de Enfrentamento à Covid-19 da Universidade Estadual do Ceará (Uece), explica que a taxa de mortalidade reflete o período da doença no Estado. "Pegamos a epidemia no começo. Teve uma velocidade de crescimento muito alta, com pico na primeira quinzena de maio. Cresceu, inicialmente, de forma expressiva em Fortaleza. Quando aumentou no Interior, foi diminuindo na Capital", explica.

Outro fator que influenciou nos altos índices oficiais da Covid-19 no início da pandemia, foi o maior número de exames de diagnóstico ante aos estados, que aumentaram a testagem posteriormente. "Normalmente, a gente trabalha a taxa de mortalidade por ano. Mas, se compararmos mês a mês, o acúmulo é cada vez menor. Está em processo de desaceleração", conclui.

Juliane Oliveira, uma das coordenadoras do grupo de modelagem matemática da Rede CoVida, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), destaca que estados que apresentaram disseminação intensa da doença no início da pandemia no Brasil, tendem a declinar indicadores. Entretanto, as regiões Centro-Sul e Sul ainda apresentam aumento do contágio e dos óbitos pelo novo coronavírus.

"Desde o início, já apontavam os primeiros picos os estados do Amazonas, Amapá, Roraima, Ceará. Agora, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul ainda estão em crescimento, não aparenta tendência de queda", destaca a pesquisadora, que é pós-doutoranda do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz, em colaboração com a Universidade do Porto.

Apesar das diferenças acentuadas do cenário entre estados, o Brasil começa a apresentar sinais de desaceleração nos indicadores da doença. "Não podemos afirmar que a situação já está controlada no Brasil, mas já indica uma queda. Pelas dimensões, é preciso avaliar estado a estado, capital e interior", alerta.

A desaceleração é puxada por São Paulo, que "quando começa a cair, puxa a curva do Brasil como um todo". "Mesmo com crescimento de casos nesses estados que tinham inicialmente uma transmissão lenta, não é suficiente para influenciar tanto na curva quando se olha macro, para o Brasil. Um cluster (grupo, como São Paulo) na população pode influenciar muito. Como é um país muito grande, o período no sufoco foi muito longo até chegar a um patamar e cair. Vai começar a ter essa queda porque os maiores clusters estão caindo", analisa.

Ao todo, 4.847.092 pessoas se infectaram e 144 680 faleceram por conta da doença no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, 36.157 novos casos de infecção pela Covid-19 e 728 novos óbitos foram registrados nas últimas 24 horas.

Com informações portal O Povo Online

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