O ministro Paulo Guedes se disse “incompreendido”, mas quer construir diálogo (Foto:
Valter Campanato)
Ontem (04/09), o vice-líder do PSDB, Danilo Fortes (CE), encontrou-se com Guedes por videoconferência, num movimento entendido como uma tentativa de pavimentar a reabertura dos canais de comunicação. Os dois conversaram sobre um projeto de taxar as grandes plataformas da internet, mas, durante a conversa, o ministro se disse “incompreendido”. “Às vezes, sou um pouco incompreendido, mas quero construir junto com o Congresso, temos que dialogar”, admitiu Guedes.
O encontro já estava na agenda do ministro desde a semana passada, e não tinha relação direta com o conflito anunciado por Maia. Guedes foi mais longe: disse que se relaciona bem com o presidente da Câmara e que os dois têm posicionamentos similares em relação à agenda econômica liberal.
O Correio apurou que divergências em torno do socorro a estados e municípios também estão por trás da crise entre os dois. Na quinta-feira, Maia disse que teria uma reunião para tratar do assunto com o chefe da Assessoria Especial do ministro, Esteves Colnago, e com o secretário do Tesouro, Bruno Funchal. O encontro não ocorreu, segundo o presidente da Câmara, porque Guedes proibiu a ida dos dois.
Nesta sexta, Maia voltou a abordar o assunto e disse que não pretende buscar uma conciliação com o ministro. “Fiz todas as minhas tentativas. Eu sou um político paciente, mas acho que a gente vai perder tempo. De fato, o Paulo Guedes não gosta de mim. Se a pessoa não tem uma boa relação, não adianta perder tempo”, disse o deputado, em entrevista ao SBT News.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que a briga entre Maia e Guedes é um problema dos dois e que não trará prejuízos para a tramitação das reformas. “Não haverá nenhum prejuízo, pelo contrário. Vai ser mais útil para nós esse modelo de relacionamento, porque nós levaremos ao presidente da Câmara a posição do governo, não da Economia. Isso vai ajudar para que não haja percalços e mudanças de opinião durante a tramitação das matérias. O governo não tem nada a ver com isso, é um problema entre eles”, disse o líder ao Correio.
Ao ser questionado sobre o novo desgaste do ministro com o presidente da Câmara, o secretário da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, esquivou-se de comentar: “A orientação de Guedes é ter uma agenda que mude o Brasil estruturalmente, que seja implementada o mais rapidamente”, afirmou, acrescentando que a interlocução Ministério-Congresso se dá, majoritariamente, por vias alternativas.
O secretário destacou que o Congresso é soberano e que o Brasil precisa de um “brinde à democracia”, já que a “agenda de reformas precisa seguir”.
Com
informações portal Correio Braziliense
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