Ceará supera 8 mil mortes por Covid-19, mas Fortaleza já aparenta normalidade

Movimentação intensa na Beira Mar em Fortaleza na tarde do último domingo (Foto: Bárbara Moira)

Em cinco meses, mais de 8,2 mil pessoas foram vítimas da Covid-19 no Ceará. As primeiras três mortes causadas pela doença ocorreram no dia 24 de março, e hoje o Estado tem, ao todo, 8.289 óbitos acumulados. Quase a metade deles está localizada em Fortaleza, que soma 3.773 mortes, ou 45,5% do total. Em seguida, estão Caucaia (329), Sobral (294), Juazeiro do Norte (253) e Maracanaú (235).

Além disso, mais de 205 mil casos já foram confirmados. São 205.441 casos distribuídos pelos 184 municípios cearenses. Os dados foram disponibilizados às 18h20min de ontem, no IntegraSUS, plataforma da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

Diferentes regiões têm mostrado redução de casos de Covid-19 e de óbitos pela doença, como as Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS) de Fortaleza, Maracanaú, Itapipoca e Camocim. A comparação, feita pela Sesa no boletim epidemiológico divulgado na quinta-feira, 20, comparou o intervalo de 26/7 a 8/8 com o de 12/7 a 25/7, desconsiderando o período de 9 a 15 de agosto para que a análise não fosse comprometida por atraso na digitação dos casos.

A "grande discussão" atual, no Estado, é como progredir na retomada das atividades econômicas de forma segura, como é o caso do retorno às aulas presenciais. 

"O que aconteceu até agora nós sabemos muito bem, mas o que vai acontecer de acordo com cada decisão que tomarmos é que é a grande questão. Vai ficar sempre bem assim ou vamos voltar a ter um aumento dos casos?", afirma o infectologista Keny Colares.

Professor e pesquisador da Universidade de Fortaleza (Unifor), Colares aponta como um fator limitante para o Estado a capacidade de rastrear os contatos das pessoas com sintomas da Covid-19. 

"Não temos isso tão bem estruturado quanto os países mais desenvolvidos. Se vamos permitir que as crianças voltem às aulas, temos que ter uma vigilância muito grande."

Estudo publicado no dia 13 de maio pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington projetava que o Ceará poderia ter 8.679 mortes causadas pelo coronavírus até 4 de agosto. A realidade de agora não se distancia tanto da previsão.

Segundo análise dos pesquisadores, poderiam ser de 2.894 a 18.592 óbitos, dependendo de uma série de variáveis. As análises do Instituto são feitas a partir da situação do momento em cada região estudada, como adesão ao isolamento social, abertura de novos leitos e aquisição de equipamentos.

Com informações portal O Povo Online

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