1 de julho de 2020

Partidos minimizam impacto de possível adiamento das eleições

O presidente da Câmara Rodrigo Maia defende a proposta que carece de 308 votos para aprovação (Foto: Michel Jesus)

Dirigentes partidários minimizaram ontem impactos de um eventual adiamento das eleições municipais. A Câmara dos Deputados deve votar projeto de emenda à Constituição (PEC) que altera a data do pleito, que passaria de outubro para novembro.

Presidente do PT no Ceará, Antônio Filho, o Conim, avalia que a mudança afeta pouco as estratégias da legenda no estado. Segundo ele, caso o primeiro e o segundo turnos sejam remarcados para 15 e 29 de novembro, datas previstas na PEC aprovada no Senado, o partido "vai ter mais tempo para tocar a estruturação das campanhas".

Sobre os efeitos que essa alteração teria, o petista disse achar que "não vai ter impacto pelo grau de organização e planejamento" das siglas. "É mais em razão da pandemia. Temos que tomar cuidados, mas são cuidados sanitários", apontou.

Questionado sobre o cenário das eleições em Fortaleza, Conin declarou: "Acredito que dá para manter a mesma linha de estratégia e planejamento. É apenas um ajuste no calendário. Não vai dar tempo de um bom governo se desgastar nem um governo ruim melhorar". Em seguida, antecipou que o PT aposta num quadro em que, por causa da pandemia, a pré-campanha será feita principalmente nas redes sociais.

À frente do PDT no Ceará, o deputado federal André Figueiredo concorda que o adiamento, por si, trará pouca repercussão aos postulantes e suas agremiações. "O que gerou mudança de estratégia, na verdade, foi a pandemia desde o seu início", frisa.

"Nós já aguardávamos a expectativa de que esse eventual adiamento pudesse ocorrer", continua o pedetista, "até porque a curva epidemiológica vem crescendo e ainda não chegou ao seu platô em todo o Brasil".

A respeito das armas dos partidos na corrida eleitoral e uma possível rearrumação do discurso, Figueiredo respondeu: "As estratégias que estamos montando no decorrer das últimas semanas já previam esse adiamento. O impacto não será tão grande assim, não".

O parlamentar reiterou: "Lógico que, numa realidade que antecedesse à pandemia, o impacto é enorme, mas dentro do que nós estamos vivendo há mais de 100 dias, já era mais ou menos esperado, e nós estávamos trabalhando com as estratégias em cima desse novo prazo".

Pela PEC em discussão, as eleições podem ser adiadas em 42 dias, caso a medida seja aprovada. A proposta já passou pelo Senado. Agora, depende da Câmara. A maioria da bancada federal do Ceará é favorável à mudança.

Também deputado federal e principal nome da oposição ao grupo do prefeito Roberto Cláudio (PDT), Capitão Wagner (Pros) afasta qualquer possibilidade de redefinir sua campanha. "Para mim, (o adiamento) não muda nada. Não atrapalha". Perguntado se o ganho de tempo beneficia RC, Wagner foi sintético: "Não necessariamente. Quem aproveitar melhor o tempo será beneficiado".

Deputado estadual e potencial candidato do Psol à Prefeitura da capital cearense, Renato Roseno entende que o "adiamento se impõe por segurança sanitária e necessidade de compatibilizar o imperativo democrático de renovação dos mandatos sem submeter milhões de pessoas a muitas aglomerações".

Segundo o parlamentar, o novo calendário "teria duas repercussões: amplia a importância do território de redes" e acentua a concentração "em quem já tem alto nível de conhecimento na sociedade".

"Havendo campanha menor", conclui Roseno, "os candidatos das máquinas ou mais conhecidos teriam mais facilidade de chegar. Para nós, no caso do Psol, por fora das máquinas, 2020 vai ser mais desafiador".

Ex-deputado estadual pelo PSDB e pré-candidato tucano em Fortaleza, Carlos Matos analisa que "um mês não vai mudar a vida nem a estratégia dos partidos e candidatos" e que se trata "apenas da conveniência de não colocar uma data que ponha em risco a saúde pública".

Já o presidente do PSL no Estado e deputado federal Heitor Freire assegura que o partido está se preparando "para todos os cenários possíveis".

Com informações portal O Povo Online

Leia também:

 

Senado aprova texto-base do projeto das fake news


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.