Regiões mais atingidas inicialmente observam estabilização nas Capitais e aumento de casos e óbitos no interior. Centro-Oeste e Sul enfrentam aumento vertiginoso da infecção. O balanço entre as situações díspares resulta no platô.
Após o início da transmissão, há a fase de crescimento exponencial, no qual são implantadas medidas de mitigação, o pico — que pode ser um platô, quando há sequência de dias com maior volume —, depois o número decai, explica Vítor Sudbrack, físico do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e membro do Observatório do Covid-19.
"A gente precisa que o número de casos decaia e não é isso o que a gente vê. Porque no momento em que atingimos o platô, começamos a flexibilizar, ainda não vemos o efeito da queda, mas de estabilização. Estamos vendo isso como uma coisa aceitável mas é lamentável, porque mil pessoas estão morrendo todos os dias e estão considerando aceitável, continuam flexibilizando. Ao invés de uma decaída, vemos uma continuidade com um número inaceitável de mortos", alerta.
Segundo Marcelo Gurgel, epidemiologista e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), membro do GT de Enfrentamento à Covid-19, a tendência nacional ainda é de crescimento da disseminação. "A pandemia se espalhou pelo Sudeste, Norte e Nordeste. Principalmente no NE, esses estados começaram a declinar nas cidades grandes e aumentar nas cidades pequenas, com a interiorização. No Ceará, está declinando. Estados como Minas Gerais, regiões Centro-Oeste e Sul, a tendência de crescimento é muito forte, com grande quantidade de pessoas suscetíveis", avalia.
Conforme o Ministério da Saúde, a doença está presente em 97,4% dos municípios brasileiros. Entretanto, 61% cidades (3.312) possuem entre 2 e 100 casos. Com relação aos óbitos, 3.056 municípios tiveram registros (55%). Desse total, 949 (31%) apresentaram apenas um óbito confirmado. São 1.296.328 pessoas recuperadas da doença. Número que representa 64,4% dos total de casos acumulados.
Com
informações portal O Povo Online
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