Número de casos confirmados e em investigação por dia nos último dois meses. Gráfico do painel epidemiológico do Governo do Ceará
Em relação aos óbitos por Covid-19, o Estado teve registro de 32 novas mortes nesse domingo, contabilizando 4.885 total. Os números de novos óbitos estão relacionados com o resultado dos exames, e não com a data da morte. A queda nos números de registros diários de casos, contudo, pode ter sido afetada pela diminuição no resultado de testes para coronavírus divulgados no fim de semana.
"Se comparar com sábados e domingos anteriores, vai perceber que também tinha menos do que na semana normal. Talvez porque as pessoas busquem menos assistência, tanto que sábado e domingo têm menos e segunda e quarta têm mais. Mesmo com tudo isso, essa curva vem decrescendo", explica o biólogo e epidemiologista Luciano Pamplona, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Ao longo dos três meses desde que a pandemia chegou ao Ceará, a doença surgiu nos bairros mais nobres da Capital, adentrou a periferia — onde residia a maior parte das vítimas — e seguiu para o Interior do Estado. Pamplona afirma que esse é "um momento diferente da pandemia".
"Naturalmente, o Interior não tem condição de criar leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) semanalmente, como foi feito em Fortaleza, não tem acesso a profissionais de saúde como temos, muitas vezes, na Capital. Ao mesmo tempo, eles também não conseguem fazer um isolamento tão forte, tão cobrado, tão vigiado", afirma.
Porém, o professor aponta aprendizados ao longo desses 90 dias. "Nós conseguimos treinar os médicos de forma que, hoje, nos municípios do Interior, a Atenção Básica está muito mais preparada para atender a esse paciente no início da doença do que estavam os médicos de Fortaleza naquela época. É uma esperança de que, mesmo tendo aumento de casos, não tenhamos tantos óbitos."
No meio acadêmico, o professor titular de Saúde Pública e membro do Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Covid-19 da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Marcelo Gurgel, aponta o impacto da pandemia na instituição de ensino. "No Interior tem um agravante porque há certo grau de pulverização e tem um caráter regional e microrregional muito forte", afirma, ao explicar a dificuldade logística para o retorno das atividades.
Entre acertos e erros dos gestores durante esses três meses, Gurgel, aponta a construção do Hospital de Campanha do estádio Presidente Vargas pela Prefeitura de Fortaleza como um equívoco. "Tinha muitos hospitais e leitos desativados. Era muito mais prudente e eficiente a reabilitação dos leitos. O Governo do Estado agiu bem quando requisitou o Hospital Leonardo da Vinci, que já estava prestes a começar a funcionar", avalia.
O atual desafio na Capital, segundo Pamplona, é a população entender que o problema da pandemia não acabou por conta da flexibilização. "Na verdade, continuamos tendo o vírus, continuamos transmitindo, continuamos com sobrecarga de leitos."
Com
informações portal O Povo Online
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