O senador tucano afirmou que o presidente e o governo estão completamente "despreparados" (Foto: Aurélio Alves) |
"O presidente e o governo estão completamente despreparados e sem coordenação, criando crises desnecessárias. Ontem mesmo nós vimos outra crise, em determinado momento eu digo até ridícula, com aquela marcha até o Supremo (Tribunal Federal), com empresários" afirma, referindo-se à visita surpresa de Bolsonaro, ministros e classe empresarial à Corte para defender a retomada de atividades.
O senador, que também é empresário, afirmou que a dicotomia entre economia e saúde, defendida pelo presidente, não existe. O que há, segundo ele, é uma falta de compreensão de setores sobre a gravidade do problema. Para ele, os representantes da indústria que caminharam ontem com o presidente "deram um tiro no pé e mancharam a imagem de ser humano do empresário brasileiro".
Durante a entrevista, Tasso afirmou que vem sofrendo pressão, inclusive da classe empresarial, para endossar a reabertura do comércio, mas entende que não é o momento adequado. "A gente tem que fazer aquilo que é certo. Não o que é simpático a alguns. Essa é a diferença entre o estadista e o populista", defendeu.
Além disso, o parlamentar elogiou a postura do Governo do Estado na condução da crise sanitária, em especial do secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, que, segundo o senador, faz um trabalho exemplar. "Tenho acompanhado os esforços, até mesmo pessoais, do secretário. Eu acho que nós não temos um desastre maior em função da sua dedicação para essa causa", afirmou.
Sobre o clima de constante tensão provocado pelo presidente, Tasso defende a solidez das instituições. "Hoje, a própria população brasileira não aceitaria nenhum movimento desse tipo. As Forças Armadas asseguram que não desrespeitam a Constituição (…) e quando conversamos com pessoas ligadas às Forças Armadas, não percebemos esse clima", disse.
O parlamentar cearense ainda repercutiu a possibilidade de adiamento das eleições deste ano, defendendo cautela na administração do cenário. "Eu prefiro aguardar até o final de junho para ver como estará a pandemia no País como um todo e se existe ou não a condição de realizar eleições sem agravar a situação. Acho que adiar eleição é péssimo, mas muita coisa péssima tem que ser feita nesse momento", encerra.
Com
informações portal O Povo Online
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