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4 de maio de 2020

Presidente da Aprece defende "lockdown" em Fortaleza para evitar surto no Interior


O Presidente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, defende a adoção do lockdown em Fortaleza e Região Metropolitana para evitar que a pandemia do novo coronavírus se espalhe drasticamente pelo Interior. O sistema restringe ao máximo o fluxo de pessoas

"Diante desse quadro de agravamento, o Governo deveria fazer lockdown em Fortaleza", avalia. Segundo ele, "ainda há um trânsito grande" de pessoas se deslocando da Capital para outros municípios, movimento que tem feito a doença se espalhar mais rapidamente do que o previsto pelas autoridades. Ontem, Cedro registrou o primeiro caso de Covid-19.

Até agora, o Estado contabiliza mais de oito mil contaminados, com 677 mortos. Fortaleza concentra mais de 90% dos casos e dos óbitos no Ceará. A capital cearense tem a maior incidência de Covid-19 por milhão de habitantes no País.

"São quatro aspectos que justificam o lockdown (em Fortaleza): temos número crescente de casos, número de óbitos na mesma proporção, a estrutura hospitalar está estrangulada e a doença poderia se espalhar pelo Interior", elenca o gestor.

Para ele, as próximas semanas serão muito importantes. "Poderia ser tomada essa decisão logo (sobre o lockdown)", acrescenta. Nas demais regiões do Ceará, o isolamento social continuaria a valer como medida de combate à crise sanitária.

"Acho que o isolamento no Interior seria mais correto, mas em Fortaleza temos de pensar nisso, já que outras cidades estão fazendo. E temos de pensar em como fazer", ressalva o dirigente da Aprece, que integra comissão que discute o quadro de enfrentamento à pandemia, formada por representantes do Governo e de entidades da sociedade civil.

No último sábado, em coletiva no Palácio da Abolição, o governador Camilo Santana (PT) anunciou a renovação do decreto de quarentena por mais 15 dias, agora com medidas mais drásticas. O chefe do Executivo admitiu que o lockdown está sob estudo e pode ser empregado.

A alternativa, que foi determinada em parte do Maranhão, restringe ao máximo o fluxo de veículos e de pessoas, estabelece protocolos mais rígidos de acesso a supermercados e farmácias, por exemplo, além de fixar barreiras nas divisas intermunicipais, de modo a impedir fluxo e maior risco de contágio.

Ao lado do prefeito Roberto Cláudio (PDT), Camilo reconheceu ainda a dificuldade de garantir a adesão ao distanciamento social no Ceará e alertou que a rede de leitos de UTI estadual e municipal está perto da exaustão, apesar dos esforços de Governo e Prefeitura, como a aquisição de mais 100 leitos especiais na próxima semana.

O governador também descartou totalmente a possibilidade de flexibilizar as ações contra o coronavírus em Fortaleza neste momento de explosão da doença, como tem defendido um segmento do setor produtivo que participa do grupo de trabalho. Camilo passou o fim de semana reunido com secretários para discutir saídas e elaborar mudanças no novo decreto, que deve ser publicado hoje, impondo mais restrições na tentativa de conter o avanço da pandemia.

Com informações portal O Povo Online

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