As chuvas do Ceará ficaram acima da média no trimestre de fevereiro a abril de 2020. Com 28% a mais nos acumulados de precipitação, os resultados foram os melhores desde 2009, quando o trimestre registrou um desvio positivo de 42% acima da normal climatológica para o período, que é de 510,1 milímetros. Na época, foram alcançados 725,6 milímetros, enquanto neste ano, o acumulado registrado foi de 652,6 milímetros. Os dados foram apresentados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) nesta segunda-feira, 4, por meio de transmissão ao vivo no Instagram.
O resultado observado pela Funceme corresponde ao prognóstico divulgado pela instituição ainda em janeiro, que apontava possibilidade de 45% para chuvas acima da média. Durante os três meses de referência, todas as macrorregiões tiveram desvios positivos de chuva. Segundo a Funceme, o resultado foi ainda o terceiro maior das duas últimas décadas, ficando atrás apenas de 2009 e 2008, com desvios de 42% e 30% superiores à normal climatológica, respectivamente.
Com a aproximação do fim da quadra chuvosa, o principal indutor de chuvas nessa época do ano, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), começa a se afastar do Nordeste, o que contribui para a redução do acumulado de chuvas. Em maio, o último mês da quadra, a normal climatológica é de 90.6 milímetros. "Nessa época, começa a ocorrência das Ondas de leste, que muitas vezes ganham força e conseguem chegar até o Ceará. Então as regiões Jaguaribana e o Cariri podem ter alguma chuva ainda no mês de maio", explica a gerente de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto.
As Ondas de Leste são outro sistema indutor de chuvas, que geralmente contribuem para as precipitações mais a leste do Nordeste brasileiro. Esse cenário de redução, de acordo com a gerente, tem sido observado desde o fim de abril, e a expectativa é que durante a primeira quinzena de maio as chuvas fiquem mais concentradas na faixa litorânea até a Serra da Ibiapaba.
De acordo com Meiry Sakamoto, a região do Cariri cearense teve o maior desvio percentual de chuva no trimestre de fevereiro a abril, com o acumulado de 780,3 mm, superior em 41,2% à normal climatológica para a região, que nesse período é de 552,5 milímetros. Em segundo lugar, o litoral de Fortaleza acumulou 35,4% de precipitações a mais, com 877,4 milímetros observados, quando a normal é de 647,8 mm.
A região do Maciço do Baturité, mais a nordeste do Estado, teve chuva 32,8% acima da normal, com volume acumulado de 728,9 milímetros. Enquanto o Litoral Norte, ficou acima da normal em 31,3%, registrando 862,1 mm de precipitação. A região do Sertão Central e Inhamuns apresentou desvio positivo de 29,1%, alcançando 551,5 mm.
Em seguida, o Litoral do Pecém teve chuvas superior a normal em 25,9%, com volume de 710,1 mm. E por fim, a região Jaguaribana e a Ibiapaba registraram, 21,1% e 12,4%, com respectivamente 580,6 mm e 646,3 mm de precipitação acumulada.
Localizado na macrorregião Litoral Norte, o município de Moraújo teve o maior volume de chuva registrado entre as cidades cearenses, com o total de 1.694 milímetros de chuvas. Esse resultado supera em 122% a normal climatológica (762,6 mm) para o período, representando ainda o maior desvio percentual observado no trimestre. Em seguida, estão os seguintes municípios:
Novo Oriente - acumulado 986 mm / 97% acima da
normal (500,3 mm)
Quixeré - acumulado 862,7 mm / 94,7% da normal
(443 mm)
Pindoretama - acumulado 1.264 mm / 86,7% acima
da normal (676,9 mm)
Potengi - acumulado 827,2 mm / 81,3% acima da
normal (453,6 mm)
Barreira - acumulado 937 mm / 79,4% acima da
normal (522,4 mm)
Tauá - acumulado 563,4 mm / 67,3% acima da
normal (336,7 mm)
Crato - acumulado 1064,6 mm / 67,3% acima da
normal (636,4 mm)
Quiterianópolis - acumulado 725,9 mm / 66,3%
acima da normal (436,4 mm)
Saboeiro - acumulado 604 mm / 65,5% acima da normal (365 mm)
Apesar de todas as macrorregiões terem apresentado desvios positivos, a gerente de meteorologia da Funceme destaca que ainda há municípios nessas regiões que ficaram com chuva abaixo da média esperada.
“Houve mais de dez municípios com precipitação acumulada acima de mil milímetros, a maior parte na região da faixa litorânea ou próxima a ela; mas vale reforçar que, mesmo nas regiões onde houve mais chuvas, elas não foram distribuídas uniformemente como a gente gostaria”, comenta Meiry Sakamoto.
Ela explica que esse cenário se dá pela irregularidade
espacial e temporal das distribuições de chuva no Ceará, característica típica
da região do semiárido.
Com informações portal O Povo Online
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