O
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse ontem (05/04) que
"vai chegar a hora" dos integrantes do seu governo que estão se
achando estrelas. Ele não citou nomes, mas garantiu que não tem "medo de
usar a caneta".
"Algumas
pessoas no meu governo, algo subiu à cabeça deles. Estão se achando. Eram
pessoas normais, mas de repente viraram estrelas. Falam pelos cotovelos",
disse Bolsonaro, em conversa com os religiosos que, incentivados pelo próprio
presidente, fizeram um dia de jejum e oração contra o coronavírus na frente do
Palácio do Alvorada ontem.
Na
conversa, transmitida nas redes sociais do presidente, Bolsonaro ainda afirmou
que "tem provocações" e que, por isso, "vai chegar a hora
dele".
"A hora dele não chegou ainda não. Vai chegar a hora dele,
porque minha caneta funciona. Não tenho medo de usar a caneta, nem pavor. E ela
vai ser usada para o bem do Brasil. Não é para o meu bem. Nada pessoal
meu", afirmou.
Bolsonaro
não citou nomes nessa conversa, mas já deixou claro o incômodo com o
protagonismo que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ganhou durante o
processo de combate ao novo coronavírus.
Crítico
das medidas de isolamento social que são recomendadas por todo o mundo como uma
forma de conter a disseminação do Covid-19, Bolsonaro chegou a dizer que falta
humildade a Mandetta e que o ministro devia ouvir mais o presidente. Por isso,
muitos chegaram a cogitar que Mandetta seria demitido. Mas o ministro segue no
cargo e uma pesquisa divulgada recentemente pelo Datafolha mostrou que 76% da
população brasileira aprova o posicionamento adotado pela pasta durante a
pandemia do Covid-19.
Bolsonaro,
por sua vez, segue defendendo a retomada das atividades econômicas. Ainda neste
domingo, por exemplo, ele disse que até podia ficar em quarentena, "mas a
grande maioria do povo brasileiro não". "Os informais, autônomos,
camelôs, empregados têm que fazer alguma coisa", afirmou.
O
presidente ainda voltou a criticar as medidas de isolamento social que vêm
sendo tomadas pelos estados brasileiros. E insinuou que a preocupação dos
governadores não era com a saúde da população, mas sim uma "jogada
política".
"Cada um chefe de executivo querendo dizer que determinou
mais medida restritiva que o outro. Como se tivessem preocupados com a vida de
alguém. A gente sabe que a preocupação não é com vida. É jogada política na
maioria das vezes", disse Bolsonaro.
Com
informações portal Correio Braziliense
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