O
presidente Jair Bolsonaro se mostrou chateado, nesta segunda-feira (30/03), com
as críticas que vem recebendo sobre o posicionamento de reabrir comércios e
voltar à normalidade.
“Parece
que o problema é o presidente. É que o presidente tem responsabilidade, tem que
decidir. Não é apenas a questão de vidas. É a questão da economia também. É a
questão do emprego. Se o emprego continuar a ser destruído da forma como está
sendo, mortes virão, outras por outros motivos. Depressão, suicídio, questões
psiquiátricas. Um pai que chega em casa ou que está em casa e o filho pede um
prato de comida e ele não tem, ele que tem vergonha na cara, ele começa a se
sentir responsável pelo que está acontecendo e vai à luta”.
Bolsonaro
disse ainda que virou alvo em meio à pandemia. “Essa responsabilidade que não
temos ainda perante ou por parte de entidades e pessoas importantes do Brasil.
Atiram numa pessoa só. O alvo sou eu. Se o Bolsonaro sair e entrar o Haddad, um
outro qualquer, está resolvido o problema? Essa realidade tem que ser mudada. O
pânico é uma doença e está levando o pessoal ao estresse”, alegou.
Nesse
domingo (29/3), mesmo em meio a uma pandemia e enquanto a Organização Mundial
da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde defendem a permanência em confinamento
contra o coronavírus, Bolsonaro visitou o comércio pelo Distrito Federal, cumprimentou
apoiadores, juntou pequenas aglomerações de pessoas durante o passeio e
defendeu novamente a reabertura do comércio.
O
Twitter bloqueou temporariamente a conta de Bolsonaro. Segundo a empresa, dois
tuítes do presidente, que mostravam imagens do passeio, foram excluídos por
violar as políticas do site. Nas últimas semanas, o Twitter vem retirando do ar
mensagens com notícias falsas sobre a pandemia de coronavírus e removendo
publicações que incentivam ações que podem potencializar a infecção, como sair
às ruas.
Ainda
no domingo, Bolsonaro disse que estava com vontade de assinar um decreto para
liberar a volta de todas as atividades. Questionado hoje sobre o assunto, se
iria assinar a medida, Bolsonaro disse: “Eu falei que estava pensando nele”.
O
presidente afirmou ainda que, caso o Brasil continue com medidas de restrição
adotadas por governadores, se abaterá uma ‘desgraça’ no país e que a esquerda
poderá se ‘aproveitar’ do caos para ‘tomar o poder’.
“Eu
tenho o meu salário, não está em discussão isso daí. Abri mão de tudo que eu
tinha, desde quando assumi o governo em janeiro do ano passado. Está em jogo a
minha posição social também a minha posição pessoal, mas se o Brasil continuar
a ter seus empregos destruídos, vocês vão ver a desgraça que vai se abater
sobre o país. E repetindo, o caos, a fome e a miséria não recebem conselho de
ninguém. A desgraça estará implantada no Brasil e os oportunistas de sempre,
basta ver o que aconteceu na Venezuela, em outros países no passado, poderão
chegar ao poder e nunca mais sair”, concluiu.
Com
informações portal Correio Braziliense
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