23 de março de 2020

Ministro da Saúde também propõe adiar eleições municipais


A nova rotina diante do crescimento dos casos do novo coronavírus no Brasil gerou uma discussão entre políticos e autoridades sobre um possível adiamento das eleições municipais, marcadas para em outubro deste ano.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu ontem (22/03) o adiamento das eleições pelo Congresso. "Faço aqui até uma sugestão. Está na hora de o Congresso falar: 'Adia'. (Campanha de) Eleição no meio do ano... uma tragédia, porque vai todo mundo querer fazer ação política", argumentou o ministro durante reunião por videoconferência com prefeitos de capitais.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a falar sobre o assunto no fim da tarde, durante entrevista coletiva para divulgar o balanço de casos de coronavírus no país. Ele defende que o adiamento das eleições seja estudado, se a manutenção delas em outubro prejudicar o combate à doença.  Segundo Mandetta, é preciso "nos organizar para que não tenhamos elementos que perturbem a história dessa patologia".

"Tem prefeito pensando em eleição e oposição cobrando medidas mais duras, porque está pensando em eleições. Está na hora de a gente pensar mais nas próximas gerações do que nas próximas eleições", criticou.

Após a manifestação de Mandetta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Roberto Barroso, que será o próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também se manifestou sobre o tema.

Apesar de afirmar que a saúde pública é o bem supremo a ser preservado no país, Barroso não declarou uma posição clara diante do assunto e buscou mais esclarecer que uma decisão desse tipo cabe mesmo ao Congresso Nacional, devendo ser feita por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). "Não cabe a mim, como futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, cogitar nada diferente nesse momento", afirmou.

Na sequência, a primeira voz do Congresso a se manifestar sobre o tema foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado federal disse ao jornal Estado de S. Paulo discordar que o assunto deve ser debatido. "É hora de focar no enfrentamento da crise. Vamos cuidar do combate ao vírus."

Com informações portal Correio Braziliense

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