Bolsonaro cumprimenta apoiadores na manifestação em Brasília (Foto: Reprodução/Facebook) |
Parlamentares
de partidos de direita e de centro criticaram a atitude do presidente Jair
Bolsonaro neste domingo (15/03). Ele participou da manifestação em
Brasília e interagiu com manifestantes, contrariando as recomendações do Ministério da Saúde.
Pelo
Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, foi um dos que
criticaram o presidente. Em uma comparação com as ações dos governos
internacionais, o parlamentar escreveu: “Por aqui, o Presidente da República
ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério,
fazendo pouco caso da pandemia e encorajando as pessoas a sair às ruas. Isso é
um atentado à saúde pública que contraria as orientações do seu próprio
governo”.
Na
sequencia o presidente da Câmara escreveu: “A situação é preocupante e exige de
todos nós serenidade, racionalidade, união de esforços e respeito. Somos
maduros o suficiente para agir com o bom senso que o momento pede.”
O
presidente do Senado, Davi Alcolumbre também se manifestou. Em nota à imprensa,
o parlamentar disse que a crise necessita de responsabilidade por parte de
todos: “Com a pandemia do coronavírus fechando as fronteiras dos países e
assustando o mundo, é inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas
ruas. A gravidade da pandemia exige de todos os brasileiros, e inclusive do
presidente da República, responsabilidade! Todos nós devemos seguir à risca as
orientações do Ministério da Saúde”.
O
líder do Solidariedade na Câmara, Zé Silva (MG), disse que "muito mais
importante do que a gente fala é o que faz". A presidente da Comissão de
Cidadania e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), também foi sucinta
nas palavras. Ela disse apenas que deixa "a fotografia e história falarem
por si"
A
líder do PSL na Câmara, ex-partido de Bolsonaro, Joice Hasselmann (SP), disse
que a atitude de Bolsonaro é incompreensível. "Não dá pra entender o
comportamento irracional do presidente", disse. "Ou é maluquice ou
irresponsabilidade. Nem Freud explica", afirmou.
O
líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), classificou o comportamento do
presidente como o de um "bufão". "Uma palhaçada com uma coisa
tão grave como essa", disse. Alencar, que é médico e ex-secretário de
Saúde na Bahia, disse que irá encaminhar um pedido aos presidentes do Senado e
da Câmara amanhã pedindo que os R$ 30 bilhões de emendas, os quais a gestão
ainda é disputada entre Congresso e Executivo, sejam destinados à saúde para combater
o avanço do coronavírus.
O
líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), também fez críticas. "Não
ajuda neste momento que nós estamos vivendo tantos desafios", disse. O
emedebista, no entanto, afirmou que a manifestação não altera a relação entre Executivo
e Legislativo. "Ele (o presidente) tem um estilo. A essa altura, o
Congresso já sabe o que esperar. Acho que não muda nada, não."
Com
informações portal Correio Braziliense
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