Movimentação na Praça do Ferreira em Fortaleza (Foto: Barbara Moira) |
A
partir de segunda-feira, 23, os casos da covid-19 poderão crescer em escalas
assustadoras. A não ser, afirma os especialistas, que a população no Ceará cumpra,
rigorosamente, os apelos do governo para que não sair às ruas. Somente quando
for estritamente necessário.
O
problema está na imprudência de muitas pessoas de encararem a quarentena
definida pelo Governo do Ceará como sinônimo de "férias". O combate
eficiente ao contágio, afirma o médico Francisco Simão, 64, ex-diretor do
Instituto Médico Legal (hoje Pefoce) tem mais eficiência no isolamento
domiciliar. A dinâmica nas ruas neste fim de semana, dirá sobre como o vírus
encontrará terreno para se multiplicar geometricamente.
Em
vários hospitais, como o Fernandes Távora no bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza,
a triagem de pacientes segue a regra de mandar para casa quem possa se
recuperar em domicílio, mesmo que ainda necessitasse de mais tempo na unidade
de saúde. E só ficam aqueles casos graves.
"Os
próximos dias dependem do que for feito agora. Para que não se agrave, as
atitudes da população se tornam mais importantes de que qualquer hospital,
médicos ou poder público. Se isolar em casa é a saída mais efetiva para barrar
a proliferação do vírus", orienta Francisco Simão que tem 40 anos de
medicina.
Para
o médico Antônio Silva Lima Neto, coordenador da Célula de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Fortaleza, a compreensão sobre a
necessidade do isolamento social chega diferente nas várias regiões da cidade.
"Um
decreto governamental cancelando as aulas é bem visto na classe mais
favorecida. Essa classe tem como deixar suas crianças em casa com trabalhadores
domésticos ou, se for o caso de uma quarentena, com elas mesmas. Eles têm
condição de se manter", afirma o médico que é mestre em Epidemiologia Ambiental
e Políticas pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, da
Universidade de Londres. Antônio Lima avalia que a medida atinge de forma
diferente os estudantes e os pais da escola pública. "Esses pais não têm
onde deixar a criança", diz.
Em
tese, observa o médico, a curva ascendente dos casos até aqui está concentrada
no setor privado. São casos importados de pacientes que estavam em outro país,
em outros estados. A concentração espacial ainda é muito no Meireles, Aldeota,
um pouco no Bairro de Fátima, Dunas. Mas tendência é ter uma dispersão espacial
para áreas periféricas, bairros mais populosos.
"A
gente trabalha com muitas incertezas, não sabe ainda com que velocidade a
transmissão da doença se dará para os outros bairros. Atualmente, 85% dos casos
estão nas áreas de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade. Como
toda doença que vem do exterior," mapeia Antônio Lima, doutor Saúde
Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Com
informações portal O Povo Online
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