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16 de março de 2020

Em Fortaleza manifestantes minimizam coronavírus, atacam STF e o Congresso

Maia, Alcolumbre e Toffoli foram criados por manifestantes, através de cartazes, no ato realizado em Fortaleza (Foto: Julio Caesar)

Uma "faxina" no Congresso e Superior Tribunal Federal (STF) era o discurso que se repetia entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante ato pró-governo na tarde de ontem, na Praça da Imprensa. O público, predominantemente formado por idosos - grupo de risco do novo coronavírus (COVID-19) -, minimizou a necessidade do senso coletivo em meio à pandemia.

Nas faixas, alguns pediam por intervenção militar e diziam que o "verdadeiro vírus do Brasil" está nas instituições. Quando questionados sobre a recomendação do Ministério da Saúde de evitar aglomeração, afirmavam que ainda não havia riscos. Segundo o vice-presidente do Conexão Patriota e um dos organizadores da manifestação, Roberto Barros, a data chegou a ser remarcada.

"Quando o presidente falou, chegamos a adiar, mas recebemos o pedido do povo dizendo que queria ir para rua", justifica, acrescentando que orientou o uso de máscaras e que pessoas com sintomas não comparecessem.

Por volta das 16h30, a Praça da Imprensa ficou parcialmente ocupada pelos manifestantes. Em alguns momentos, eles se deslocavam até a Avenida Desembargador Moreira para travar o tráfego de veículos e buscar apoio dos motoristas. Poucos protestantes cobriam os rostos com máscaras descartáveis pintadas de verde e amarelo, bonecos infláveis do presidente compunham o cenário para as selfies dos bolsonaristas, camisas e bandeiras eram vendidas por R$ 20.

Entre danças, canto do hino nacional e orações, falavam em "acabar com o aborto, ideologia de gênero, invasores de terra, indústria da multa, ambientalistas, naturalistas. Segundo a organização do evento, cerca de 10 mil pessoas participaram do ato.

Para a aposentada Egídia Rebelo, 65, o coronavírus ainda não é um risco em Fortaleza e o importante é sair às ruas para apoiar o Governo. "O Bolsonaro não pode fazer nada com esse STF que está aí. Deveríamos fazer uma limpeza", disse.

Os principais alvos de críticas eram os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Dias Toffoli (STF), Rodrigo Maia (DEM-RJ), ministro Gilmar Mendes, além do Partido dos Trabalhadores (PT) e a imprensa. O movimento foi encabeçado pelos grupos de direita: Consciência Patriótica, Endireita Fortaleza, Oração por Bolsonaro e Conexão Patriótica.

Com informações portal O Povo Online

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