Os
governadores dos nove estados do Nordeste divulgaram uma carta na tarde de ontem (25/03), na qual eles lamentam o comportamento do presidente Jair
Bolsonaro diante da pandemia do novo coronavírus no país. No comunicado, os
políticos se mostraram insatisfeitos com “o posicionamento agressivo da
Presidência da República” e pedem a “necessidade urgente de uma coordenação e
cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres”.
Os
governadores de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe também alertam que “o momento vivido pelo Brasil
é gravíssimo” e que “o coronavírus é um adversário a ser vencido com muito
trabalho, bom senso e equilíbrio”. A despeito do pronunciamento oficial de
Bolsonaro em cadeia nacional na noite de terça-feira (24/03), quando ele disse
que era preciso dar fim ao “confinamento em massa”, com a reabertura dos
comércios nos estados que estabeleceram quarentena obrigatória, os governadores
nordestinos não atenderão ao pleito presidencial
“Vamos
continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência segundo orientação
de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual”,
escreveram. “Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de
acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada
região”, acrescentaram os governadores.
Os
políticos destacam, ainda, que o país vive “um momento de guerra contra uma
doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais”. Para os
governadores, a “decisão prioritária” deve ser “a de cuidar da vida das
pessoas”, mas eles reconhecem que não se pode esquecer “da responsabilidade de
administrar a economia dos estados”. “Entendemos que cabe ao governo federal
ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos”, analisaram.
Para
os governadores, Bolsonaro “deveria exercer o seu papel de liderança e a
coalizão em nome do Brasil”. Eles também frisaram que “agressões e brigas não
salvarão o país”. “O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para
encontrar soluções equilibradas. É um momento de união, de se esquecer
diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão
da crise”, pontuaram os nordestinos.
Assinaram
a carta Renan Filho (MDB-AL), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Flávio
Dino (PC do B-MA), João Azevedo (PSB-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington
Dias (PT-PI), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Fátima Bezerra (PT-RN).
Com
informações portal Correio Braziliense
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