A
decisão de antecipar já para este fim de semana a votação de Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) vetando anistias para paralisações e motins não deixa
dúvidas: o governador Camilo Santana (PT) não quer desperdiçar um segundo
sequer da renovação concedida por Jair Bolsonaro à operação de Garantia da Lei
e da Ordem (GLO) no Estado.
Sabendo
que tem pouca chance de receber nova prorrogação, o governador sabe que tem só
até a próxima sexta-feira, 6, para resolver o impasse com a categoria. Sob o
risco de ter uma situação na segurança pública ainda mais conturbada.
Pode
parecer trivial, mas uma convocação do tipo exige mobilização hercúlea nos
bastidores. Mal havia sido levantada a proposta de envio da mensagem, líderes
de partidos da base já eram convocados para o Legislativo e coletivas de
imprensa eram anunciadas pela Presidência da Casa.
Para
aprovar uma matéria do tipo, o governo precisa de três quintos dos deputados.
Isso na semana do Carnaval, quando a maioria dos deputados está de viagem e
longe de Fortaleza. Se parece pouca coisa, acredite: não é.
Em
meio à pressa, o teor da mensagem também reforça a intenção do governo com
agentes em paralisação: correndo contra o tempo, a ideia é dobrar a aposta em
sufocar o movimento.
Até
então, todas as rodadas de negociação após o início do movimento colocavam como
pauta primordial para qualquer acordo a concessão de anistia administrativa e
criminal para todos os agentes envolvidos.
Matando
essa opção pelo texto constitucional, Camilo deixa clara a intenção de não
anistiar nenhum dos agentes, especialmente aqueles flagrados em ações violentas
e ilegais, como a tomada de veículos da Polícia Civil ou fechamento de lojas em
Sobral.
Na
próxima sexta-feira, sem falta, deverão deixar o Estado as tropas enviadas
pelas Forças Armadas para reforçar policiamento no Estado. A ideia alternativa,
de que outros Estados enviariam policiais militares ao Ceará, parece
desastrosa. Para o bem de todo o Estado, só nos resta torcer pelo desfecho mais
pacífico possível.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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