O encontro tratou de questões econômicas e da crise na Venezuela, mas acabou sem o anúncio de nenhuma medida concreta (Foto: Jim Watson) |
O
presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, ontem (07/03), logo depois que desembarcou em solo americano para a
sua quarta visita oficial aos Estados Unidos. O encontro tratou de questões
econômicas e também da crise na Venezuela. Acabou sem o anúncio de nenhuma
medida concreta, mas com elogios de Trump para Bolsonaro.
Bolsonaro
foi recebido por Trump no resort do presidente americano em Mar-a-Lago, nas
proximidades de Miami. Os dois posaram para fotos na entrada do resort logo no
início do encontro em uma rápida aparição, em que Trump fez elogios, mas também
não garantiu muita coisa para o Brasil. "Ele está fazendo um grande
trabalho. O Brasil o ama, e os EUA o amam”, começou o presidente americano.
Trump
ainda disse que os dois líderes têm uma boa relação e garantiu que os Estados
Unidos sempre "vão ajudar o Brasil". Logo depois, quando foi
questionado se poderia impor tarifas a produtos brasileiros, o presidente
norte-americano disse, por sua vez, que não faz promessas.
Já
Bolsonaro ainda não comentou o saldo da reunião com Trump. Antes de embarcar
para os Estados Unidos, contudo, contou que pretendia discutir "ações para
aprofundar a cooperação entre Brasil e EUA nas áreas comercial, econômica e de
defesa". A ideia, cogitada já há algum tempo pelo governo, é firmar um
acordo comercial com os Estados Unidos e também avançar em parcerias de
inteligência e defesa.
Fontes
do alto escalão do governo americano confirmaram ao Estado de São Paulo que o
assunto entrou em pauta e que há "clara vontade política" de Trump de
avançar nas negociações de um acordo comercial abrangente com o Brasil. Essas
mesmas fontes contaram, contudo, que a questão foi discutida sem perspectiva de
anúncios de medidas concretas.
Um
dos fatores que pode ter pesado nessa negociação é o fato de que Trump não tem
gostado da ideia de que a chinesa Huawei pode ser a responsável pela
implementação do 5G no Brasil, em detrimento de uma empresa norte-americana. A
Huawei é apontada como principal concorrente do leilão que será lançado pelo
governo brasileiro para o 5G porque já vem fazendo testes dessa tecnologia no
Brasil.
Nos
encontros recentes com o governo brasileiro, contudo, os americanos têm
manifestado que as parcerias em áreas de inteligência e defesa com o Brasil
ficarão prejudicadas se o País admitir a entrada da chinesa Huawei para operar
o 5G. Fontes do alto escalão do governo americano afirmaram ao Estado de São
Paulo que os EUA querem que o Brasil considere a possível entrada dos chineses
na rede 5G como uma "questão de segurança nacional". Por isso, a
questão está em estudo no governo brasileiro.
O
que Trump quis tratar com mais ênfase durante o jantar com Bolsonaro, portanto,
foi mesmo a situação da Venezuela. O governo dos Estados Unidos vem impondo uma
série de sanções aos aliados de Nicolás Maduro e, segundo fontes do governo
americano, deve anunciar nos próximos dias mais medidas de pressão contra o
presidente venezuelano. E o governo do Brasil, assim como o da Colômbia, tem apoiado
essa estratégia de tentar forçar a derrubada do regime chavista na Venezuela.
Defesa
O
anúncio de novas parcerias ficou, portanto, para este domingo (8/3). A
expectativa é que o Brasil e os Estados Unidos anunciem uma parceria para o
desenvolvimento conjunto de novos armamentos. E o assunto será tratado logo na
primeira agenda oficial de Bolsonaro neste domingo: uma visita ao Comando
Militar do Sul dos Estados Unidos, que é a unidade das Forças Armadas
americanas responsável pela cooperação de segurança e operações militares nos
países da América Central e do Sul.
"O
presidente brasileiro Jair Bolsonaro participará de uma visita histórica ao
Comando Sul dos EUA. A visita incluirá a assinatura de um acordo bilateral",
confirmou o Comando Militar do Sul em nota publicada no seu site. O órgão
explicou que esta é a primeira vez que um presidente brasileiro visita o local
e disse que Bolsonaro será recebido pelo almirante da Marinha dos EUA, Craig
Faller, para discutir a "crescente parceria de defesa-cooperação entre o
Brasil e os Estados Unidos".
"Durante
a visita, os EUA e o Brasil assinarão um Acordo bilateral sobre Projetos de
Desenvolvimento, Teste e Avaliação de Pesquisa que ampliará as oportunidades
para os dois países colaborarem e compartilharem informações sobre o
desenvolvimento de novas capacidades de defesa", detalhou o órgão
norte-americano.
Agenda
Bolsonaro
fica nos Estados Unidos até terça-feira à tarde. Ele também vai visitar a
fábrica da Embraer em Jacksonville; participar do Seminário Empresarial
Brasil-Estados Unidos na Flórida e da Conferência Internacional Brasil-Estados
Unidos: um novo prisma nas relações de parceria e investimentos; se reunir com
autoridades norte-americanas; e se encontrar com a comunidade brasileira na
Flórida.
Também
participam da viagem aos Estados Unidos os ministros das Relações Exteriores,
Ernesto Araújo, da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; de Minas e Energia, Bento
Albuquerque; de Ciência, Tecnologia e Comunicação, Marcos Pontes; e do Gabinete
de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. O deputado Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) também integra a comitiva presidencial.
Com
informações portal Correio Braziliense
Leia também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.