O presidente acusou a imprensa de ir na contramão e espalhar "a sensação de pavor" (Foto: Reprodução/Facebook) |
Durou
um dia o tom conciliatório adotado por Jair Bolsonaro após dialogar na última segunda-feira (23/03) com governadores sobre ações conjuntas de enfrentamento ao coronavírus. Na
noite de ontem, durante pronunciamento em rede nacional, o presidente voltou a
falar em "histeria" e criticou o fechamento de escolas, entre outras
ações feitas por governos e municípios.
"O
que tínhamos que conter naquele momento (no início das precauções) era o
pânico, a histeria e, ao mesmo tempo, traçar a estratégia para salvar vidas e
evitar o desemprego em massa", afirmou. O presidente acusou a imprensa de
ir na contramão e espalhar "a sensação de pavor, tendo como carro-chefe o
grande número de vítimas na Itália, um país com um grande número de idosos e
com um clima totalmente diferente do nosso", criticou. Não existem ainda
evidências científicas para sustentar a teoria de que climas quentes podem
ajudar a aplacar a doença.
Bolsonaro
elogiou as ações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no planejamento
de esclarecimento e atendimento no SUS. Ao se usar como exemplo, o presidente
disse que, caso ele contraísse o coronavírus, ele não sentiria nenhum efeito
dado o seu "histórico de atleta".
Ele
criticou também autoridades estaduais e municipais que "devem abandonar o
conceito de terra arrasada, a proibição de transporte, o fechamento dos
comércios e o confinamento em massa". Segundo ele, não há motivo para
fechar escolas, uma vez que o grupo de risco é composto por, também, pessoas
com mais de 60 anos. "São raros os casos fatais de pessoas sãs com menos
de 40 anos", disse.
As
críticas ao discurso de Bolsonaro - que em muitos momentos flertou com o
deboche - não demoraram a surgir. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP), cobrou uma liderança "séria, responsável e comprometida com a vida
e a saúde da sua população".
"A
Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade
e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no
que for necessário para a superação desta crise", disse em nota.
Presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou o fato de Bolsonaro usar a estrutura
da transmissão para atacar a imprensa, governadores e especialistas em saúde.
"Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união. O
pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os
governadores e especialistas em saúde pública", afirmou.
O
governador Camilo Santana também se manifestou nas redes sociais após o pronunciamento
e afirmou que irá continuar trabalhando fortemente as ações que visam evitar o
avanço do coronavírus em nosso estado, como temos feito até aqui.
"Este
não é um momento para ataques e provocações, mas um momento de cooperação e da
união de todos. Da parte do Governo do Estado, continuaremos fazendo todos os
esforços possíveis para buscar a proteção dos cearenses. A vida de cada um de
vocês está em primeiro lugar", publicou.
Com
informações portal O Povo Online
Leia também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.