Anunciar resultado negativo de coronavírus é momento de alegria, e o presidente comemorou dando banana (Foto: Reprodução/Twitter |
Numa
emergência mundial como a pandemia de coronavírus, governos são testados quanto
à capacidade de unir esforços em torno do interesse público. São causas que
colocam-se acima de grupos e interesses de nicho. Afinal, quem pode ficar a
favor do coronavírus? A ação governamental tem menos efeito se não tiver apoio
dos indivíduos e instituições privadas. Cabe ao poder público ser o coordenador
e o incentivador desse esforço conjunto, pelo bem de todos.
Ontem,
ao informar que seu exame dera negativo para covid-19, o perfil oficial do
presidente da República publicou foto de Jair Bolsonaro dando uma banana. Para
os jornalistas? Para o público? Para o vírus? Para os seguidores?
O
governo Jair Bolsonaro se move pela beligerância. O presidente foi capitão do
Exército, mas travou muito mais combates na política que nas Forças Armadas.
Cresceu na política no enfrentamento contra feministas, movimento negro,
movimento LGBT. Contra o "politicamente correto". Foi eleito ao se
contrapor ao PT, à esquerda, ao comunismo. É mais fácil perceber aquilo que ele
combate que o que defende. Isso não é raro para quem busca chegar ao poder. O
PT fez muito isso também. Porém, quem governa costuma ser mais conciliador. Ele
não.
Bolsonaro
enfrenta a esquerda, mas também enfrenta a direita que o apoiou, como João Doria
(PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ). Critica a imprensa, que acusa de ser de
esquerda. Ontem, o embate foi com a direitista Fox News, dos Estados Unidos,
veículo que noticiou que o exame dele para coronavírus teria dado positivo.
Combate o PT com toda energia, mas também rompeu com o próprio partido que o
elegeu, o PSL. Vive às turras com o Congresso Nacional, com o Supremo Tribunal
Federal (STF). Para brigar, travar divergências, o governo Bolsonaro é
competente como nenhum outro na história deste País.
Agora,
a administração Bolsonaro terá de mostrar capacidade de unir esforços. Não é
crise que seja resolvida por um supergovernante, extremamente competente, muito
sabido, que tenha todas as respostas e saiba como resolver tudo, por cima de
pau e pedra. É situação que precisa de parcerias, de entendimento, de
convergência. De conciliação entre partes antagônicas em nome da cooperação.
Mesmo que as redes sociais do presidente e dos filhos alcancem muita gente,
eles não podem prescindir de todos os meios de comunicação possíveis - o
jornalismo profissional obviamente incluída - para dialogar com a população.
Precisa dos governos estaduais de direita e de esquerda, Precisa se entender com Witzel, Doria, Flávio Dino (PCdoB-MA), Camilo Santana (PT-CE). Precisa se entender com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Tais personagens também não gostam dele. Nem precisam. A obrigação, pela função que ocupam, é trabalharem juntos pelo povo. Ao presidente cabe ser o movimentador dessas parcerias.
Precisa dos governos estaduais de direita e de esquerda, Precisa se entender com Witzel, Doria, Flávio Dino (PCdoB-MA), Camilo Santana (PT-CE). Precisa se entender com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Tais personagens também não gostam dele. Nem precisam. A obrigação, pela função que ocupam, é trabalharem juntos pelo povo. Ao presidente cabe ser o movimentador dessas parcerias.
É
um atributo que o presidente e seu governo não mostraram até hoje. Espero me
surpreender.
Com
informações portal O Povo Online
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