26 de fevereiro de 2020

Políticos reagem à Bolsonaro por convocação de ato pró-golpe militar

Bolsonaro com os filhos, Flávio e Carlos e o deputado Helio Negão (Foto: Divulgação/Twitter)
A notícia de que Jair Bolsonaro está trabalhando pessoalmente, enviando vídeos por whatsapp, para convocação de um ato no dia 15 de março que pede o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) causou imediata reação de políticos de um grande leque partidário, rechaçando a disposição do presidente de dar um novo golpe militar no Brasil.

Líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (RS) publicou em suas redes sociais os crimes de responsabilidade cometidos por Bolsonaro.

“Não é nem do Brasil. Desconheço na história de qualquer democracia nos últimos 200 anos um presidente da República que convocou manifestações pedindo o fechamento do Congresso Nacional. O impeachment de Bolsonaro não é mais uma questão política, é uma questão civilizatória”, tuitou Pimenta.

General do Exército e deputado federal pelo PSL, Roberto Peternelli, diz que não autorizou o uso de sua imagem em artes que estão sendo propagadas na rede, com um texto que diz “os generais esperam a ordem do povo” e “fora Maia e fora Alcolumbre”.

Apoiador de Bolsonaro, ele criticou, em entrevista ao Estadão, a proposta de fechamento do Congresso. “Ninguém me pediu para usar minha imagem. ‘Fora Maia e Alcolumbre’ é impróprio como o ‘fora Bolsonaro’”, disse, ressaltando que “trito entre o Executivo e o Legislativo não contribui para o País”.

O ex-presidente Lula emitiu nota em que diz que “é urgente que o Congresso e a sociedade se posicionem para defender a democracia” e acrescenta: “Bolsonaro e o general Heleno estão provocando manifestações contra a democracia, a constituição e as instituições, em mais um gesto autoritário de quem agride a liberdade e os direitos todos os dias”.

O ex-presidente acrescenta ainda que “Bolsonaro nunca combinou com democracia. É um falso patriota que entrega nossa soberania aos Estados Unidos e condena o povo à pobreza. Um falso moralista que acoberta o Queiroz e outros corruptos e criminosos”.

O também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, também se manifestou nas redes sociais, dizendo que “calar seria concordar” com Bolsonaro.

“A ser verdade, como parece, que o próprio PR tuitou convocando uma manifestação contra o Congresso (a democracia) estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas. Calar seria concordar. Melhor gritar enquanto de tem voz, mesmo no Carnaval, com poucos ouvindo”, tuitou.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), eleito na onda do “Bolsodória” também se manifestou nas redes, dizendo que é “lamentável” o apoio de Bolsonaro à tentativa de golpe militar.

"O Brasil lutou muito para resgatar sua democracia. Devemos repudiar com veemência qualquer ato que desrespeite as instituições e os pilares democráticos do país. Lamentável o apoio do Presidente Jair Bolsonaro a uma manifestação contra o Congresso Nacional".

Publicado originalmente no portal Revista Fórum

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