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15 de fevereiro de 2020

Maior tronco fóssil já encontrado na Bacia do Araripe é exposto em Santana do Cariri

O tronco tem cerca de 145 milhões de anos, sendo pertencente ao período Jurássico (Foto: Divulgação/Urca)

O maior tronco fóssil já encontrado na Bacia do Araripe se encontra exposto na praça ao lado da Prefeitura de Santana do Cariri. O resgate do material, estimado em mais de cinco toneladas de massa e seis metros de comprimento ao longo de suas três peças, durou dois dias e foi concluído na última quarta-feira (12/02). O fóssil foi encontrado na localidade sítio Poço do Pau, na zona rural de Brejo Santo (a 133km de Santana).

O tronco tem cerca de 145 milhões de anos, sendo pertencente ao período Jurássico. Conforme a paleontóloga Edenilce Peixoto Batista, o tronco, possivelmente, é uma gimnospermas, do grupo das coníferas, pertencente à família da araucariácea — uma espécie de parente do atual Pinheiro do Paraná. Esse tipo de vegetação, atualmente, existe na América Latina somente nas regiões Sul e Sudeste. 

"Isso mostra que no Jurássico a vegetação do Nordeste era composta por coníferas. Então, era uma vegetação bem diferente da atual", diz ela, que é professora da Universidade Regional do Cariri (Urca). Estudos ainda devem confirmar a espécie ao qual o tronco pertencia.

O trabalho de resgate do tronco foi realizado pelo Geopark Araripe, Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, Prefeitura Municipal de Santana do Cariri e acompanhado por pesquisadores da área. Conforme Alysson Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, a peça foi descoberta há mais de um ano, mas sua escala impedia o transporte. "Foi uma verdadeira operação de guerra", resume. 

Qualquer movimento errado podia danificar bastante o fóssil, relembra. Um caminhão guindaste realizou o transporte do fóssil.

Conforme Pinheiro, a exposição do fóssil permite divulgar melhor a importância da Bacia do Araripe, conhecida pela qualidade de seus fosseis, como ressalta. O local de exposição ainda deve receber mais preparos, agregando mais informações a moradores e turistas. As peças devem ficar no local até serem concluídas as tratativas sobre como levá-las ao museu, diz Alysson.

Conforme Edenilce Peixoto Batista, o estudo da paleoecologia da planta, a partir das células do tronco, pode elucidar como a espécie viveu. Com isso, pode-se fazer inferências sobre como era o ambiente do Cariri naquela época.

Alysson Pinheiro afirma que análises mais detalhadas do fóssil podem fazer entender diversos acontecimentos da época, como variações climáticas — e como isso afetou o meio ambiente à época. Ainda se pode traçar relações com eventos importantes, como a época das grandes extinções e a separação dos continentes.

Com informações portal O Povo Online

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