Soldados do Exército fazem o patrulhamento de segurança na Capital desde a última sexta-feira (Foto: Thaís Mesquita) |
O
governador Camilo Santana (PT) pediu ontem a prorrogação da Operação de
Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado. Executada pelo Exército, a ação se
encerra amanhã (28/02), mas ainda não houve retorno do presidente Jair
Bolsonaro, que avalia se estende a intervenção por mais dias.
As
Forças Armadas empregam 2,5 mil soldados na segurança do Ceará desde a
sexta-feira, (21/02). A presença dos militares na Capital e cidades do Interior foi
requisitada por Camilo e acolhida pelo Planalto depois que parte dos policiais
militares decidiu se amotinar, parando as atividades no dia 19/2 em protesto
contra a proposta de reajuste salarial que tramita na Assembleia Legislativa
(AL-CE).
De
lá para cá, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) registrou
mais de 170 homicídios. Em coletiva ontem na 10ª Região Militar, o coronel
Leônidas Carneiro, oficial de comunicação social da Operação Mandacaru,
informou que houve redução de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs)
desde que o Exército passou a operar nas ruas, na sexta-feira. Naquele dia,
foram cometidos 37 assassinatos.
"A
ação está sendo bem efetiva. Os números da SSPDS estão mostrando diminuição nos
crimes violentos. Nos cálculos da Secretaria e nos nossos, há uma queda de
aproximadamente 35% desde o início da nossa operação", afirmou Carneiro.
Até a terça-feira do Carnaval, foram mais de uma centena de CVLIs. O oficial
considera, todavia, que esse quantitativo "está dentro das nossas
expectativas" e que "tende a diminuir".
Embora
os índices continuem altos, Carneiro avalia que a operação "está cumprindo
a missão a que se propõe". Para ele, o Exército tem alcançado o seu
objetivo, que é assegurar a integridade das pessoas e do patrimônio do Estado
durante a festa.
"Os
resultados estão sendo atingidos", continuou. "O nosso objetivo de
garantir o Carnaval em boas condições, inclusive o retorno seguro, e as
atividades esportivas, que são os jogos, estão sendo tratados com especial
carinho."
Questionado
sobre a prorrogação da GLO no Ceará, o coronel respondeu que essa decisão não
passa pelo comando da força, mas pelo âmbito da política. Perguntado se julgava
ainda haver necessidade do Exército no Ceará, Carneiro respondeu: "Não
fazemos esse tipo de avaliação. Essa parte de avaliação não cabe a nós. Quem
faz essa avaliação é o nível político".
Sobre
a presença na comissão criada pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
para discutir o fim da paralisação, com mediação da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB-CE), o militar declarou que o "Exército foi convidado como
observador" e que, nessa condição, não tem papel de interlocutor.
"Somos observadores da negociação e conselheiros", concluiu.
Ainda
na manhã de ontem, 220 soldados foram deslocados para a região do Cariri,
ampliando o raio de ação da GLO. Lá, instalaram-se em Juazeiro do Norte e
Crato.
A
resposta ao pedido do governador Camilo para que as forças sigam no Ceará deve
ser dada hoje ainda por Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública,
Sergio Moro.
Ao
todo, somando-se o contingente ostensivo e a parte de logística, a Operação
Mandacaru chega a um contingente de quase 4 mil pessoas empenhadas na segurança
local
Com
informações portal O Povo Online
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